Myanmar. ONG pedem à Interpol para vetar junta militar na sua assembleia

Mais de 250 organizações não-governamentais (ONG) apelaram hoje à Interpol para impedir a junta militar birmanesa de representar Myanmar na Assembleia Geral daquela organização que arranca hoje, até quinta-feira, na cidade turca de Istambul.

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Lusa
23/11/2021 08:01 ‧ 23/11/2021 por Lusa

Mundo

Myanmar

As ONG disseram que, segundo os meios de comunicação birmaneses, Myanmar será representada na assembleia da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) pelo chefe da polícia e vice-ministro do Interior, Than Hlaing, que é acusado de repressão contra o movimento pró-democracia no país.

Than Hlaing é responsável "pela política repressiva e pelas ações violentas cometidas pela polícia contra manifestantes pacíficos e é, portanto, responsável por graves violações dos direitos humanos em Myanmar", pode ler-se num comunicado assinado por grupos como ALTSEAN-Burma, Justice for Myanmar, Progressive Voice e Karen Human Rights Group.

As ONG lembraram que a comunidade internacional rejeitou a junta birmanesa em eventos como a recente cimeira da COP26 sobre alterações climáticas em Glasgow e as cimeiras da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Than Hlaing, que está sob sanções da UE, EUA e Reino Unido, que incluem o congelamento de bens e proibição de viajar, é responsável pelos recentes ataques a civis no estado de Chin, acrescentaram.

A agência de notícias Myanmar Now contactou vários países participantes na assembleia, incluindo os Estados Unidos, Austrália e Noruega, mas estes recusaram-se a confirmar a participação do representante da junta militar, que tomou o poder num golpe de Estado a 01 de fevereiro.

Desde o golpe, pelo menos 1.286 pessoas morreram em resultado da repressão violenta da polícia e dos soldados, que dispararam sobre civis desarmados, segundo a Assistência aos Prisioneiros Políticos (AAPP), enquanto a junta afirma que estes números são irrealistas.

A AAPP também alega que as autoridades militares detiveram mais de 10.300 pessoas, incluindo a líder deposta, Aung San Suu Kyi, e condenaram 414 pessoas, incluindo 118 à revelia, proferindo 65 sentenças de morte.

O exército justificou a tomada do poder por uma alegada fraude durante as eleições gerais de novembro, cujo resultado foi anulado e em que o partido liderado por Suu Kyi saiu vitorioso, tal como em 2015, com o apoio de observadores internacionais.

Leia Também: Myanmar. Líder da junta militar excluído da cimeira China/ASEAN

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