Num discurso hoje de manhã no congresso da organização do patronato Confederation of British Industry (CBI), Boris Johnson disse que o Reino Unido está a "pagar pelo subinvestimento histórico" em energia nuclear, defendendo o investimento em grandes centrais nucleares e também em pequenos reatores nucleares para produzir mais energia.
Setores como a metalurgia, produtos químicos e cerâmica ameaçaram suspender a produção em outubro devido ao elevado custo da energia, na sequência da subida do preço do gás natural nos mercados internacionais.
"Estamos a fazer uma consulta sobre classificar essa tecnologia essencial como investimento verde para que possamos obter mais investimento a fluir para dentro [do Reino Unido] e à frente da UE [União Europeia]", adiantou.
O fabricante britânico Rolls-Royce está a desenvolver a tecnologia de "mini reatores nucleares" que o Governo britânico espera que ajude o Reino Unido a atingir a meta de apenas usar fontes limpas para produzir eletricidade até 2035.
Durante a cimeira sobre o clima COP26, que decorreu em Glasgow (Escócia, Reino Unido), Portugal, Alemanha, Luxemburgo, Áustria e Dinamarca defenderam que a UE não deve financiar projetos de energia nuclear e investir apenas em energias renováveis.
A energia nuclear é o terceiro de um "plano de 10 pontos" britânico para atingir a neutralidade carbónica em 2050, o qual inclui mais investimento em energia eólica, hidrogénio, uma aposta em transportes não poluentes (incluindo navios e aviões), edifícios com maior eficiência energética e mais "financiamento verde" em inovação.
Invocando o profeta Moisés, Boris Johnson comparou, na mesma intervenção, este plano britânico aos "Dez Mandamentos".
Nesse sentido, o primeiro-ministro anunciou que o Governo vai tornar obrigatório por lei que habitações e edifícios, como supermercados e escritórios em construção ou renovação, sejam obrigados a instalar pontos de carregamento para veículos elétricos.
Graças a esta iniciativa, garantiu o governante, até 145.000 novos pontos serão instalados até 2030, quando está previsto que deixem de ser comercializados automóveis com motor de combustão interna a gasóleo ou gasolina.
Confessando que passou a véspera num parque temático da Porquinha Peppa, o primeiro-ministro, cujo filho Wilfred tem 19 meses, usou este exemplo para simbolizar a criatividade e capacidade das empresas britânicas.
"Quem diria que um porco que parece um secador de cabelo, ou possivelmente uma espécie de secador de cabelo feito pelo Picasso, um porco rejeitado pela [estação pública britânica] BBC, seria agora exportado para 180 países, com parques temáticos na América e na China, e um negócio que vale pelo menos 6.000 milhões de libras (7.150 milhões de euros)", elogiou.
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