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Demitem-se chefes das Forças Armadas e das penitenciárias após massacre

Os chefes do comando conjunto das Forças Armadas e das prisões do Equador demitiram-se, anunciou hoje o Governo, num contexto de crise prisional marcada por um massacre em Guayaquil e combate ao tráfico de droga.

Demitem-se chefes das Forças Armadas e das penitenciárias após massacre
Notícias ao Minuto

17:15 - 15/11/21 por Lusa

Mundo Equador

O Presidente equatoriano, Guillermo Lasso, "aceitou a demissão" do chefe do comando das Forças Armadas, o vice-almirante Jorge Cabrera, e do diretor da agência encarregada das prisões (SNAI), Bolívar Garzón, indicou o gabinete de comunicação da Presidência num comunicado.

O enorme complexo prisional de Guayaquil foi palco, na sexta-feira e no sábado, de confrontos de extrema violência entre gangues rivais de presos, que fizeram 68 mortos e 25 feridos.

Com armas brancas, armas de fogo e explosivos, os prisioneiros atacaram, depois de terem sabotado a rede elétrica, os ocupantes de outra unidade da prisão de Guayaquil, que alberga 8.500 presos -- uma sobrelotação de 60%.

As autoridades condenaram "a selvajaria" e "a barbárie" dos atacantes, que vídeos divulgados nas redes sociais mostraram desferindo golpes, com facas e bastões, em corpos amontoados e empilhados num pátio.

Uma "luta pela liderança", após a saída da prisão, na semana passada, do líder de um gangue, terá estado na origem desta onda de violência, segundo a polícia.

Dividido em 12 quarteirões, onde estão encarcerados separadamente os membros de pelo menos sete organizações criminosas, em muitos casos rivais, com ligações nomeadamente aos cartéis mexicanos de Sinaloa e Jalisco Nueva Generación, o complexo penitenciário de Guayaquil tinha já sido palco, no fim de setembro, do maior massacre da história prisional do Equador e um dos piores na América Latina.

Durante rixas entre bandos rivais, 119 pessoas morreram, alguns prisioneiros foram desmembrados, decapitados ou queimados. Desde o início deste ano, 320 presos foram mortos em diferentes episódios de violência.

As 65 prisões equatorianas têm capacidade para 30.000 prisioneiros, mas são ocupadas por 39.000, ou seja, têm uma sobrelotação de 30%. Armas de todos os tipos, droga e telemóveis por ali circulam em grande número.

Situado entre a Colômbia e o Peru, principais produtores mundiais de cocaína, e utilizado como zona de trânsito para a expedição para os Estados Unidos e a Europa, o Equador confronta-se com um aumento da criminalidade relacionado com o tráfico de droga, em particular em Guayaquil, cidade portuária e centro económico do país.

O Presidente equatoriano decretou a 18 de outubro o "estado de exceção" em todo o país, limitado a 30 dias pelo Tribunal Constitucional, para combater este tipo de criminalidade que custou a vida a quase 1.900 pessoas desde janeiro.

Leia Também: Pelo menos 68 mortos em tiroteio dentro de prisão do Equador

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