Jovem que inventou ataque homofóbico foi acusado de simulação de crime

Espanhol disse que tinha sido vítima de um violento ataque homofóbico no centro de Madrid, provocando indignação em Espanha e gerando tumulto político. Mas retirou a acusação e explicou que os factos foram consentidos.

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Notícias ao Minuto
12/11/2021 09:25 ‧ 12/11/2021 por Notícias ao Minuto

Mundo

Madrid

O jovem que em setembro deste ano gerou muita indignação em Espanha por ter mentido sobre um violento ataque homofóbico em Malasaña, no centro de Madrid, foi acusado de simulação de crime por um magistrado na capital espanhola.

A acusação feita pelo juiz foi exigida por fontes judiciais. A simulação de crime, descrita no artigo  457 do Código Penal em Espanha, pode colocar o jovem na cadeia por seis a doze meses. Este contempla aquele que "fingir ser o responsável ou vítima de um crime ou denunciar um inexistente, provocando ações processuais". 

O jovem de 20 anos acusou um grupo de "oito encapuzados" de violação em grupo no átrio do seu prédio no bairro. Segundo o mesmo, os agressores tinham proferido insultos homofóbicos, usado um canivete para lhe cortar o lábio e escrever "maricon (maricas em português)" nas nádegas.

Porém, viria depois a retirar a queixa afirmando que os atos tinham sido consentidos. 

O alegado ataque provocou alvoroço entre a classe política, com os partidos de esquerda a acusarem o partido de extrema-direita Vox de encorajar ataques homofóbicos.

O primeiro-ministro, o socialista Pedro Sanchez, convocou de imediato uma comissão governamental sobre crimes de ódio e expressou a sua "mais firme condenação" do ataque.

O partido de esquerda Podemos, parceiro minoritário da coligação governamental, disse nas redes sociais que "o Vox mergulhou o país no ódio a um grupo que sofre ataques violentos nas ruas".

Esta alteração na versão desencadeou uma cascata de reações no Twitter.

"Os crimes de ódio contra os LGTBI aumentaram 43% na primeira metade de 2021", afirmava então a Ministra da Igualdade, Irene Montero, apelando para que não se concentrasse "na árvore que esconde a floresta".

O realizador e ativista Javier Giner, alegando "impotência" e "raiva", escreveu no Twitter que "este idiota, sozinho, veio trazer a água ao moinho de todos os discursos ultra e de todos os agressores".

Os acontecimentos ocorreram dois meses depois de o homicídio de um jovem homossexual no norte do país, uma suspeita de ataque homofóbico que indignou e levou a numerosos protestos em Espanha. Por isso, o falso crime gerou ainda mais indignação.

Leia Também: Alegada vítima de ataque homofóbico recua e fala em atos consentidos

 

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