O cientista Sergey Zimov não consegue encontrar nenhum sinal de solo permanentemente congelado. Devido ao impacto das alterações climáticas, o degelo é cada vez mais uma ameaça real.
Zimov, que estudou este fenómeno durante décadas na região produtora de diamantes - Yakutia, está agora a experienciar os efeitos das mudanças do clima em tempo real.
As temperaturas na Sibéria variam constantemente, registando-se um aumento muito superior à média mundial.
Em setembro, Nikita Zimov, filho de Sergey, pescou nas águas rasas do rio uma presa e um dente de mamute. Essas descobertas são comuns há anos naquela região e desde que o gelo começou a derreter.
De acordo com a Reuters, este acontecimento tem sido encarado como natural não merecendo destaque nas medidas que o governo propõe para reduzir as emissões ou mesmo nas negociações climáticas da Organização Nações Unidas.
Zimov, ignorou as ordens para abandonar o Ártico quando a União Soviética entrou em colapso e, em vez disso, encontrou financiamento para manter a Estação de Ciência do Nordeste, perto da cidade parcialmente abandonada de Chersky, em funcionamento.
Cidades inteiras sofrem com o degelo provocado pelo aumento da temperatura. O que, segundo cientistas, caso se mantenha até 2050, poderá provocar danos exorbitantes à Rússia, no valor de aproximadamente 865.265.000 euros.
Apesar de, mundialmente, as fábricas terem reduzido a atividade durante a pandemia, que também reduziu drasticamente o transporte global, Zimov acredita que a concentração de metano e dióxido de carbono na atmosfera tem crescido num ritmo mais rápido.
Leia Também: Clima: EUA querem alocar 3 mil milhões de dólares a países vulneráveis