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Apagões realçam "má governação" na África do Sul a três dias das eleições

Em vésperas de umas eleições locais cruciais, marcadas para segunda-feira, a África do Sul está a sofrer uma série de 'apagões', que muitos críticos atribuem à má governação.

Apagões realçam "má governação" na África do Sul a três dias das eleições
Notícias ao Minuto

15:35 - 29/10/21 por Lusa

Mundo África do Sul

Com os residentes e empresas sul-africanas a lutar para fazer face aos cortes de eletricidade até seis horas por dia, o fracasso do governo em garantir um fornecimento estável de energia é uma questão eleitoral premente.

A empresa pública de eletricidade do país, a Eskom, que fornece cerca de 90% da eletricidade da África do Sul, é há anos alvo de alegações de má gestão e corrupção.

"A maioria das famílias só quer abrir uma torneira e obter água, ligar um interruptor e ver luzes", disse Shenilla Mohamed, diretora executiva da Amnistia Internacional da África do Sul, à agência noticiosa Associated Press (AP).

"Eles não querem sair da sua porta e ver esgotos. Não querem que os filhos fiquem doentes. Estes são direitos humanos básicos que eles querem ver defendidos", acrescentou.

As eleições autárquicas, que se realizam de cinco em cinco anos no país, determinam quem fará parte dos conselhos que administram as cidades, e que têm a responsabilidade pela prestação de serviços básicos como água, gestão de resíduos e saneamento. Os vereadores elegerão os presidentes das câmaras municipais.

A ascensão este ano de candidatos independentes contra o partido no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC), e outros grandes partidos, é um sinal de que muitos sul-africanos estão à procura de alternativas, disse Mohamed.

"As pessoas estão apenas cansadas da mesma retórica, dos mesmos partidos uma e outra vez. O aparecimento de candidatos independentes mostra como as pessoas estão desiludidas com os partidos existentes", afirmou. "Estão à procura de esperança e de líderes que tornarão as suas vidas melhores", sublinhou.

A Eskom anunciou que não haverá apagões no dia das eleições, segunda-feira, que foi declarado feriado nacional para ajudar a uma boa afluência às urnas.

O governo do Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou planos para aumentar a capacidade de produção de energia através de projetos de energia renovável, de produtores independentes de energia, mas estes estão longe de ser implementados.

Nas eleições locais de 2016 já ocorreram grandes mudanças políticas, com o ANC a perder o controlo de Joanesburgo, a maior cidade e centro económico do país; a área metropolitana de Tshwane, que inclui a capital, Pretória; e a área metropolitana de Nelson Mandela, Bay, que inclui Gqeberha (antiga Port Elizabeth).

O principal partido da oposição, a Aliança Democrática, governa a Cidade do Cabo e formou coligações com partidos mais pequenos para gerir Joanesburgo, Tshwane e Nelson Mandela Bay.

O esquerdista Economic Freedom Fighters, liderado por Julius Malema, está a fazer campanha, criticando fortemente o governo do ANC por não prestar serviços adequados à maioria negra da África do Sul.

A campanha tem sido animada na Cidade do Cabo, onde a ex-prefeita Patricia de Lille está a desafiar a Aliança Democrática com o seu partido, Good. Cartazes de Lille com luvas de boxe dizem que ela irá lutar por um bom governo na Cidade do Cabo e na província do Cabo Ocidental.

Outro partido é o Partido da Independência do Cabo, que defende o "Capexit", a independência das províncias de Western Cape e Northern Cape, da África do Sul.

Também na Cidade do Cabo, o antigo apresentador de notícias Eben Jansen é candidato pelo partido Dagga (Marijuana). Jansen, agora agricultor de marijuana, disse que quer tornar-se presidente da câmara da Cidade do Cabo e fazer da cidade a capital da marijuana sul-africana.

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