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Sudão: Joe Biden pede que junta militar restabeleça governo civil

O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, pediu hoje à junta militar no Sudão para restabelecer o governo civil, prometendo que o seu país continuará a "estar com o povo sudanês e a sua luta não violenta".

Sudão: Joe Biden pede que junta militar restabeleça governo civil
Notícias ao Minuto

20:13 - 28/10/21 por Lusa

Mundo Sudão

"Líderes e organizações em todo o mundo, incluindo a União Africana, a Liga Árabe, a União Europeia, Organização para a Cooperação Islâmica e Banco Mundial, juntaram-se para condenar a tomada do poder por militares no Sudão e a violência contra manifestantes pacíficos. Hoje, o Conselho de Segurança da ONU acrescentou a sua voz a este coro internacional", referiu o chefe de Estado norte-americano num comunicado publicado no portal da Casa Branca.

O chefe de Estado sublinhou que a mensagem conjunta é "clara".

"O povo sudanês deve poder protestar de forma pacífica e o governo de transição civil deve ser restituído", vincou.

Joe Biden apelou aos militares para "libertarem imediatamente todos os detidos" e restituírem as "instituições associadas ao Governo de transição", cumprindo a declaração constitucional de 2019 e o acordo de paz de Juba de 2020.

"Com o apoio da comunidade internacional, acredito que todas as partes no Sudão possam recuperar a visão partilhada de completar a transição sudanesa para a democracia", reforçou, acrescentando que acredita "fortemente no potencial económico" do Estado.

De igual forma, Biden disse ainda "admirar a coragem do povo sudanês ao exigir que a sua voz seja ouvida".

"Os acontecimentos dos últimos dias são um grande contratempo, mas os Estados Unidos vão continuar a estar com o povo sudanês e a sua luta não violenta para avançar com os objetivos da revolução sudanesa", concluiu.

O general Abdel Fattah al-Burhan, chefe das Forças Armadas sudanesas, anunciou na segunda-feira na televisão estatal do país a dissolução do governo e do Conselho Soberano -- o mais alto órgão executivo do país --, a suspensão de vários pontos da carta constitucional aprovada em agosto de 2019 e que estabelece um roteiro para a realização de eleições, e a instauração do estado de emergência.

A tomada de poder pelos militares foi amplamente condenada pela comunidade internacional.

A tomada do poder pelos militares esta segunda-feira seguiu-se a semanas de crescente tensão política no país, intensificadas como uma tentativa de golpe de Estado em 21 de setembro último.

Esforços de membros civis do Governo em reformar o setor da segurança no país geraram uma forte reação dos militares, inclusive de Al-Burhan.

Os militares deixaram de participar em reuniões conjuntas com membros civis, o que atrasou, por exemplo, a aprovação por parte do Conselho de Ministros de entregar o antigo ditador Omar al-Bashir e outros dois responsáveis do regime deposto em abril de 2019 ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

Nas primeiras horas de 25 de outubro, os militares prenderam pelo menos cinco ministros, bem como outros funcionários e líderes políticos, incluindo o primeiro-ministro Abdalla Hamdok, levando-os para um local não revelado.

Ao meio do dia de segunda-feira o tenente-general Abdel Fattah al-Burhan, presidente do Conselho Soberano - órgão governativo composto por civis e militares - anunciou que dissolvia o Governo e o próprio Conselho Soberano, e decretava o estado de emergência no país.

Leia Também: Protestos contra o golpe militar no Sudão fazem pelo menos um morto

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