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Rubi com 2,5 mil milhões de anos prova existência de vida ancestral

A descoberta foi feita por cientistas canadianos, durante investigações na Gronelândia, palco dos maiores depósitos de rubis até à data.

Rubi com 2,5 mil milhões de anos prova existência de vida ancestral
Notícias ao Minuto

07:26 - 28/10/21 por Notícias ao Minuto

Mundo Gronelândia

E se um rubi com 2,5 mil milhões de anos pudesse dar pistas sobre a vida nessa época? Ao analisar algumas destas relíquias mais antigas na Gronelândia, uma equipa de cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, identificou uma amostra com grafite, mineral composto por carbono, que prova a existência de vida ancestral.

“O grafite dentro deste rubi é realmente único. É a primeira vez que encontramos evidência de vida ancestral em rochas com rubis”, começa por dizer Chris Yakymchuk, líder da equipa e professor de Ciências Ambientais e da Terra, na Universidade de Waterloo. “A presença de grafite também nos dá pistas sobre a formação dos rubis nesta localização, algo impossível de fazer apenas com base na sua cor e composição química”, acrescenta.

Segundo a revista científica Ore Geology Reviews, a equipa propôs-se a investigar as condições necessárias à formação de rubis, na Gronelândia. A presença de grafite permitiu a análise da composição isotópica dos átomos de carbono, que mede a sua quantidade no mineral. Mais de 98% destes átomos tem uma massa de 12 unidades atómicas, ainda que alguns sejam mais pesados, com uma massa de 13 ou 14 unidades atómicas.

“A matéria viva consiste, preferencialmente, em átomos de carbono mais leves, porque requerem menos energia para se incorporarem nas células”, esclarece o investigador. Chris Yakymchuk adianta ainda que, com base na quantidade elevada de átomos de carbono-12 no grafite, foi possível concluir que “estes átomos foram outrora vida primordial, provavelmente microrganismos mortos, como a cianobactéria”, já que o mineral, com mais de 2,5 mil milhões de anos, remonta a uma época em que o oxigénio não era abundante na atmosfera, e a vida consistia apenas em microrganismos e estruturas filamentosas semelhantes a algas.

No decorrer do estudo, a equipa descobriu também que este tipo de grafite não só está ligado à vida ancestral, como era, provavelmente, necessário para a própria existência do rubi – o grafite alterou a química das rochas circundantes, criando as condições favoráveis ao crescimento do mineral. Sem este fenómeno, os cientistas concluíram que a formação de rubis nesta localização não seria possível.

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