Turquia critica parte da declaração da Cimeira dos Países do Sul
O Governo turco criticou hoje parte da declaração aprovada na sexta-feira por nove países do sul da União Europeia, observando que "sob o pretexto da solidariedade (...) segue cegamente a Grécia e a administração grega de Chipre".
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Mundo Europa
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia denuncia "os parágrafos relativos ao Mediterrâneo oriental, a Chipre e à migração irregular" na declaração assinada por França, Espanha, Portugal, Itália, Grécia, Chipre, Malta, Croácia e Eslovénia na cimeira que decorreu em Atenas.
A declaração insiste na necessidade de resolver a disputa sobre zonas económicas exclusivas (ZEE) no Mediterrâneo oriental "de acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar", que Ancara não assinou, e apela à Turquia para "aceitar o convite de Chipre" para negociar os limites da ZEE.
Também sublinha a determinação em utilizar "os instrumentos e opções ao alcance da União Europeia para defender os interesses" dos países membros no caso de "provocações ou ações unilaterais que violem a lei".
Estes parágrafos "são tendenciosos, carecem de visão e estão desligados da realidade, como em anos anteriores", criticou o Governo turco, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
Ancara convida "os países que assinaram a declaração a abandonar a sua atitude unilateral e tendenciosa, que sob o pretexto da solidariedade entre membros da UE segue cegamente a Grécia e a administração grega de Chipre".
Nos últimos anos, navios turcos estiveram envolvidos em perfurações para encontrar jazidas de gás no mar entre as ilhas de Creta e de Chipre, uma área que a Turquia considera parte da sua ZEE, mas que é reivindicada pela Grécia e por Chipre com base na referida convenção da ONU.
O ponto principal da Declaração de Atenas aprovada na cimeira - onde Portugal esteve representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva - é o compromisso dos nove países com uma resposta comum à crise climática, que este ano flagelou a região com devastadores incêndios.
Os países em causa comprometem-se a promover conjuntamente a proteção da biodiversidade, a gestão das florestas e dos ecossistemas marinhos, a prevenção dos desastres ecológicos e a organização da proteção civil.
Reafirmam também o compromisso "na implementação do Acordo de Paris".
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