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Rebeldes do Tigray "pilharam" ajuda humanitária no Norte da Etiópia

Os rebeldes da Frente Popular de Libertação do Tigray (FPLT) pilharam, nas últimas semanas, vários armazéns de ajuda humanitária no norte da Etiópia, denunciou hoje o chefe da agência norte-americana de ajuda internacional (USAID) no país.

Rebeldes do Tigray "pilharam" ajuda humanitária no Norte da Etiópia
Notícias ao Minuto

21:28 - 31/08/21 por Lusa

Mundo Tigray

As pilhagens, segundo afirmou Sean Jones em entrevista ao canal de televisão oficial da Etiópia (EBC), ocorreram particularmente na região de Amhara, para onde o conflito armado se espalhou nos últimos meses.

"Nas últimas semanas, alguns dos nossos armazéns foram pilhados e esvaziados pelas tropas da FPLT, especialmente em Amhara", disse Jones.

"Denunciamos os delitos quando temos factos para apoiar as nossas acusações. Neste caso, temos a certeza de ter visto, nas últimas semanas, soldados FPLT a esvaziar alguns dos armazéns", insistiu.

Os representantes da FPLT não responderam no imediato às acusações, segundo a agência de notícias francesa AFP.

O norte da Etiópia tem sido palco de duros combates desde novembro, quando o primeiro-ministro Abiy Ahmed enviou o exército para o Tigray com o objetivo de expulsar os dissidentes da FPLT, que tinham assumido o controlo da região.

Segundo Ahmed, a intervenção militar foi em resposta a ataques a quartéis militares do país orquestrados pela FPLT.

O Prémio Nobel da Paz de 2019 tinha prometido uma vitória rápida, mas o conflito durou até ao final de junho.

As forças pró-FPLT recuperaram entretanto o controlo da maior parte da região, continuando depois a sua ofensiva para as regiões vizinhas de Amhara e Afar.

Os cerca de 10 meses de conflito armado mergulharam a Etiópia numa grave crise humanitária.

Segundo a ONU, cerca de 400 mil pessoas vivem em condições de fome no Tigray e a expansão do conflito para Afar e Amhara já provocou mais de 300 mil deslocados.

As agências humanitárias e as Nações Unidas (OCHA) têm reportado regularmente dificuldades de acesso às populações civis.

As autoridades federais e os rebeldes do Tigray culpam-se mutuamente pelo bloqueio do acesso à região e a fome entre a população.

Em 19 de agosto, a chefe da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Samantha Power, acusou o Governo etíope de bloquear a entrega de ajuda humanitária, o que foi negado, no dia seguinte, por uma porta-voz de Abiy Ahmed.

Segundo a OCHA, pelo menos 5,2 milhões de pessoas - mais de 90% da população de Tigray - dependem da ajuda externa.

Leia Também: Conflito na Etiópia danifica escolas. 1,42 milhões de alunos sem aulas

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