Conflito na Etiópia danifica escolas. 1,42 milhões de alunos sem aulas

O conflito na região etíope de Tigray deixou mais de 7.000 escolas destruídas e cerca de 1,42 milhões de alunos não deverão poder ter aulas naquela região e em Amhara e Afar, anunciou hoje o ministro da Educação.

Autoridades anunciam morte de líder de tentativa de golpe de Estado

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Lusa
31/08/2021 13:28 ‧ 31/08/2021 por Lusa

Mundo

Etiópia

A Etiópia tem estado envolvida numa guerra, desde novembro, quando o primeiro-ministro, Abiy Ahmed, enviou o exército para a região de Tigray com o objetivo e retirar do poder os dissidentes da Frente Popular de Libertação do Tigray (FPLT), embora tenha dito que a intervenção militar foi em resposta a ataques a campos militares do país orquestrados pela FPLT.

O Prémio Nobel da Paz de 2019 tinha prometido uma vitória rápida, mas o conflito durou até ao final de junho. As forças pró-FOLT tinham recuperado o controlo da maior parte da região, continuando depois a sua ofensiva para as regiões vizinhas de Amhara e Afar.

"Como resultado da guerra fútil da FPLT no norte da Etiópia, nas regiões de Tigray, Afar e Amhara, mais de 7.000 escolas foram totalmente danificadas", disse na segunda-feira no Twitter o ministro da Educação da Etiópia, Getahun Mekuria.

"Mais de 1,42 milhões de estudantes já foram retirados da escola (em Tigray) ou serão (em Afar, Amhara)", acrescentou, descrevendo a situação como "muito triste".

A FPLT não respondeu até agora a estas acusações, as quais não puderam ser verificadas de forma independente, refere a agência de notícias francesa AFP.

A propagação do conflito agravou a crise humanitária. Várias agências e ONG lamentam as dificuldades de acesso às pessoas.

Na quinta-feira, a agência humanitária da ONU (OCHA) disse que os comboios de ajuda ao Tigray tinham praticamente parado desde 20 de agosto e a região tem 400.000 pessoas a viverem em condições de fome.

"As reservas de ajuda alimentar foram esgotadas e novas distribuições de alimentos pararam, exceto em áreas onde os fornecimentos já estavam a caminho", afirmou a OCHA, numa nota.

As autoridades federais e os rebeldes do Tigray culpam-se mutuamente pela situação, acusando-se de bloquearem o acesso à região e de mergulharem a população na fome.

Em 19 de agosto, a chefe da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Samantha Power, acusou o Governo etíope de bloquear a entrega de ajuda humanitária, o que foi negado, no dia seguinte, por uma porta-voz de Abiy Ahmed.

Segundo a OCHA, pelo menos 5,2 milhões de pessoas - mais de 90% da população de Tigray - dependem da ajuda externa.

A propagação do conflito às regiões de Afar e Amhara deixou também mais de 300.000 pessoas deslocadas.

Leia Também: Série de ataques e represálias por "motivos étnicos" mata 210 na Etiópia

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