Etiópia. Eleições nacionais em algumas regiões novamente adiadas
As autoridades etíopes adiaram de 06 para 30 de setembro as eleições nacionais num quinto dos círculos eleitorais do país, onde não tinham sido relizadas em junho devido à violência étnica e a problemas logísticos.
© Getty Images
Mundo Etiópia
O Partido da Prosperidade, do primeiro-ministro, Abiy Ahmed, já obteve a maioria no parlamento, tendo ganhado 410 dos 436 lugares em jogo nos círculos eleitorais onde a votação teve lugar em 21 de junho.
As eleições, inicialmente marcadas para agosto de 2020, foram adiadas duas vezes devido à pandemia do novo coronavírus e depois a dificuldades logísticas.
Contudo, não puderam ser realizadas em 21 de junho num quinto dos círculos eleitorais, devido à violência e insurreições armadas em alguns e a problemas logísticos noutros, explicaram as autoridades. Na sua maioria, a votação foi adiada para 06 de setembro.
Este novo adiamento segue-se a uma reunião com líderes políticos, na qual ficou decidido que "dada a situação atual no país, não é apropriado realizar eleições neste momento", anunciou a comissão eleitoral (Nebe).
A votação terá assim lugar em 30 de setembro nas regiões da Somália, Harari e Sul para as eleições nacionais, bem como para um referendo sobre a criação de uma décima primeira região no Sudoeste do país.
Não foi fixada qualquer data para os 38 círculos eleitorais na região de Tigray, onde uma operação de "lei e ordem" lançada por Abiy Ahmed em novembro passado para remover autoridades regionais dissidentes degenerou num conflito devastador.
As eleições, que supostamente deveriam garantir a Abiy o apoio popular que lhe faltava, foram boicotadas na região de Oromia, a mais populosa do país, por grandes partidos da oposição que se queixaram de que alguns dos seus candidatos tinham sido presos ou de que as suas sedes tinham sido saqueadas.
A Comissão Etíope dos Direitos Humanos (EHRC), um organismo independente, mas filiado no Governo, afirmou num relatório preliminar que não houve "violações maciças, generalizadas e sistemáticas" dos direitos durante as eleições de 21 de junho.
No entanto, registou "detenções inadequadas", intimidação e "assédio" de observadores e jornalistas em algumas circunscrições antes e depois da votação. Na região de Oromia, o EHRC também denunciou "vários assassínios" nos "dias que antecederam a votação".
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