México. Presidente pede lei para referendo de revogação do seu mandato
O Presidente do México pediu hoje ao parlamento a aprovação da lei para convocar um referendo no próximo ano para revogar o mandato do chefe de Estado, permitindo aos mexicanos decidirem se deve continuar ou abandonar o cargo.
© Reuters
Mundo México
Falando em conferência de imprensa, Andrés Manuel López Obrador criticou o Congresso, onde o seu partido Movimento Nacional de Regeneração (Morena) tem a maioria, por não incluir a questão do referendo na última sessão plenária extraordinária da legislatura, que se realiza esta semana.
"Apelo aos legisladores para que o resolvam e o convoquem (o referendo). Já passou bastante tempo", disse, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
Um referendo de revogação a metade do mandato foi uma das promessas eleitorais de López Obrador, Presidente desde 2018, para suprimir privilégios e promover a democracia direta no México.
O chefe de Estado lembrou que embora a revogação esteja contemplada na Constituição, "não será possível" a realização de um referendo nesse sentido sem a aprovação de uma lei regulamentar.
López Obrador considerou que os deputados e senadores têm "medo do povo e da democracia" e que "não são democratas".
"A aprovação da lei é necessária para que no primeiro domingo de abril do próximo ano as pessoas decidam se fico ou se saio. Se mantêm a confiança em mim ou não", insistiu.
O chefe de Estado mexicano criticou ainda os legisladores por não terem ainda aprovado uma lei regulamentar para acabar com o privilégio do Presidente em relação à imunidade, algo que López Obrador tem solicitado reiteradamente.
No passado dia 01 de agosto realizou-se a primeira consulta aos cidadãos a nível federal na história do México, convocada por López Obrador para permitir que os ex-Presidentes possam ser processados por corrupção e outros crimes.
O "sim" obteve 98% dos votos, mas votaram apenas 7,1% dos eleitores, muito longe dos 40% necessários para que o resultado do referendo fosse vinculativo.
O Presidente responsabilizou a comissão eleitoral por não ter feito esforço suficiente para promover a consulta.
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