Iémen: Encerramento de aeroporto retém 32 mil doentes no país em 5 anos
O encerramento do aeroporto de Sanaa, controlado pelos rebeldes xiitas Huthis, impediu pelo menos 32.000 iemenitas doentes de viajarem para o estrangeiro para tratamento médico urgente nos últimos cinco anos, denunciaram hoje duas organizações não-governamentais internacionais.
© AFPTV/AFP via Getty Images
Mundo Iémen
"O encerramento do aeroporto de Sanaa pelo quinto ano consecutivo reteve pelo menos 32.000 pacientes iemenitas gravemente doentes que necessitavam de tratamento no estrangeiro", afirmaram o Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) e a CARE International numa declaração conjunta citada pela agência EFE.
Os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, controlam o aeroporto desde 2014, quando expulsaram o Presidente do Iémen, Abdrabbuh Mansour Hadi, que se refugiou na Arábia Saudita.
Uma coligação árabe liderada pela Arábia Saudita interveio no Iémen em março de 2015, numa tentativa de restaurar o Governo de Hadi, reconhecido internacionalmente.
Localizado no sul da Península Arábica e considerado o país mais pobre do mundo árabe, o Iémen está dividido entre os rebeldes Huthis, no Norte, e um Governo internacionalmente reconhecido, no Sul.
A coligação árabe tem controlado o espaço aéreo do Iémen e o aeroporto foi fechado aos voos comerciais em 09 de agosto de 2016, sendo apenas autorizados voos da ONU e de outras agências humanitárias.
O encerramento do aeroporto obrigou as pessoas que vivem em 11 províncias controladas pelos Huthis, incluindo a capital, a fazer várias horas de viagem terrestre para um dos dois aeroportos controlados pelo governo em Aden (Sul) e Sayun (Leste) para poderem deslocar-se ao estrangeiro.
Estas viagens através das rotas para Aden ou Sayun podem demorar entre 15 e 24 horas, respetivamente, e implicam atravessar dezenas de pontos de controlo militares e frentes de conflito.
Muitos iemenitas doentes escolhem não fazer a viagem por medo de serem presos quando atravessam um território controlado por uma das partes em conflito para o outro.
Várias rondas de negociações mediadas pela ONU entre os Huthis e o Governo de Hadi, apoiado por Riade, não conseguiram chegar a acordo sobre a reabertura do aeroporto.
"Cinco anos de restrições impostas ao espaço aéreo do Iémen pela coligação liderada pela Arábia Saudita estão a impedir milhares de civis iemenitas doentes de procurar tratamento médico urgente fora do país", lê-se na declaração das duas ONG.
O diretor nacional da CARE no Iémen, Aaron Brent, citado pela EFE, apelou à coligação e às partes em conflito para que coloquem a "vida dos civis iemenitas em primeiro lugar".
"Devem reabrir o aeroporto a voos comerciais para nos ajudar a aliviar a catástrofe humana provocada pelo encerramento", acrescentou.
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