Um novo livro sobre Donald Trump revela que um Rudy Giuliani bêbado instou repetidamente Trump a declarar a vitória na noite das eleições, em novembro do ano passado, mesmo quando estados decisivos começaram a pender para Joe Biden, adianta o The Guardian.

Segundo o livro ‘I Alone Can Fix It: Donald J Trump’s Catastrophic Final Year’, da autoria dos jornalistas Carol Leonnig e Philip Rucker do The Washington Post, Giuliani estava na Casa Branca e aproximou-se de Mark Meadows, chefe de gabinete de Trump, de Bill Stepien, o diretor de campanha, e de Jason Miller, um conselheiro sénior de Trump.

“O que está a acontecer no Michigan?”, perguntou-lhes Giuliani. Quando lhe responderam que ainda era muito cedo para perceber, o então advogado pessoal de Trump afirmou: “Digam apenas que ganhámos”.

Confrontado com o facto de que o estado da Pensilvânia também estava a pender para o lado democrata, Giuliani insistiu: “Digam apenas que ganhámos”.

“O grande plano de Giuliani era apenas dizer que Trump tinha vencido, estado após estado, baseando-se em nada. Stepien, Miller e Meadows pensaram que o seu argumento era incoerente e irresponsável”, pode ler-se num excerto do livro, que refere mesmo que Mark Meadows afirmou de forma zangada que “não podiam” fazer o que Giuliani estava a sugerir.

No entanto, uma pessoa decidiu dar ouvidos a Giuliani: Trump.

Quando a Fox News declarou a vitória de Biden no Arizona, Giuliani rejeitou a derrota nesse importante estado, que era tradicionalmente um bastião republicano. “Tens de declarar vitória agora”, disse Giuliani a Trump.

Não tardou para que Trump falasse aos jornalistas e apresentasse o argumento da fraude eleitoral, que nunca se comprovou.

“Isto é uma fraude para o povo americano. Isto é uma vergonha para o nosso país. Estávamos a preparar-nos para vencer estas eleições. Francamente, nós vencemos estas eleições”, frisou na Casa Branca, num discurso acompanhado em todo o país e no resto do mundo.

Oito meses depois, Donald Trump mantém a tese de fraude eleitoral e continua a dizer que ganhou as eleições.

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