Líder supremo do Irão nomeia novo chefe judicial
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, nomeou hoje Gholam-Hossein Mohseni-Ezhe'i, um clérigo conservador sancionado pelo Ocidente, para o cargo de chefe de Justiça do Irão, noticiaram os meios de comunicação estatais.
© Reuters
Mundo Irão
Mohseni-Ezhe'i vai substituir Ebrahim Raisi, que ganhou as eleições presidenciais no início do mês.
No decreto de nomeação, Ali Khamenei, elogiou a "valiosa experiência, registos brilhantes e competência jurídica" de Gholam-Hossein.
Além disso, Khamenei apelou a Mohseni-Ezhe'i para implementar "o plano de transformação existente" no sistema judicial, aumentar a utilização da tecnologia e honrar "os serviços prestados por juízes piedosos mas, ao mesmo tempo, enfrentar as violações de forma decisiva".
A nomeação está a ser amplamente criticada por grupos de defesa de direitos humanos internacionais, uma vez que Mohseni-Ezhe'i é responsável pelo julgamentos e execução de milhares de presos políticos em cargos anteriores, nomeadamente enquanto exercia a posição de chefe-adjunto de Ebrahim Raisi, em 1988.
Mohseni-Ezhe'i também foi ministro dos serviços secretos do Irão, durante o primeiro mandato do ex-Presidente Mahmoud Ahmadinejad (2005-2009).
O clérigo ocupou ainda o cargo de procurador-geral entre 2009 e 2014, sendo o responsável por aumentar os limites de acesso à Internet e às aplicações populares dos meios de comunicação social, suscitando preocupações entre os seus opositores sobre o aumento da opressão social.
Mohseni-Ezhe'i integra as listas de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA e da União Europeia, por alegadas violações graves dos direitos humanos ligadas à contestada reeleição de Ahmadinejad em 2009.
Essas eleições, consideradas manipuladas pela oposição reformista, provocou protestos em massa do "Movimento Verde" e resultou numa repressão generalizada, em que milhares de pessoas foram detidas e dezenas foram mortas.
Mohseni-Ezhe'i também foi fortemente criticado pelo papel que desempenhou como procurador no Tribunal Especial de Clérigos nos anos 1990, visto que é acusado de estar envolvido numa série de homicídios de ativistas e opositores.
Hassan Rohani, que agora cede a Presidência da República Islâmica a Ebrahim Raisi, felicitou Mohseni-Ezhe'i pela promoção, elogiando a sua "eficiência, bem como a sua importante experiência organizacional".
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