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Jornais nórdicos denunciam ataque à liberdade de imprensa em Hong Kong

Os quatro principais jornais nórdicos publicaram hoje, por ocasião do centenário do Partido Comunista Chinês, uma carta aberta ao Presidente da China, Xi Jinping, para denunciar os ataques à liberdade de imprensa em Hong Kong.

Jornais nórdicos denunciam ataque à liberdade de imprensa em Hong Kong
Notícias ao Minuto

10:56 - 01/07/21 por Lusa

Mundo Imprensa

"O mundo não pode continuar a assistir passivamente à China a desmantelar gradualmente a liberdade de imprensa em Hong Kong", lê-se nos editoriais, publicados nas primeiras páginas do Aftenposten (Noruega), Dagens Nyheter (Suécia), Politiken (Dinamarca) e Helsingin Sanomat (Finlândia).

"Esperávamos que as autoridades chinesas respeitassem as garantias de que os direitos democráticos fundamentais seriam defendidos e preservados em Hong Kong. Infelizmente, essa esperança desvaneceu-se nos últimos tempos", lamentaram.

A carta, dirigida à República Popular da China, teve como destinatário Xi Jinping, e menciona em particular o encerramento do jornal Apple Daily, de Hong Kong.

Em junho, o jornal pró-democracia foi forçado a encerrar, depois de os seus bens terem sido congelados, sob a lei de segurança nacional, e alguns dos seus líderes foram presos devido a artigos publicados anteriormente.

A expressão de certas opiniões políticas passou também a ser um crime, punível com prisão perpétua, ao abrigo da nova lei de segurança nacional, que foi imposta por Pequim à região semiautónoma de Hong Kong.

"A última esperança, talvez ingénua, infelizmente morreu depois de o jornal Apple Daily ter de atirar a toalha ao chão, na semana passada, por causa das autoridades, que amordaçam a liberdade de expressão", sublinharam os quatro editores.

"Observamos com crescente preocupação como a nossa profissão - jornalismo livre, independente e crítico - é criminalizada", especificaram, antes de concluírem com um apelo à união "para mostrar que a informação que procuram censurar em Hong Kong surgirá noutro local do mundo".

Os quatro países nórdicos ocupam o topo do ranking da liberdade de imprensa, estabelecido pelos Repórteres Sem Fronteiras.

As relações entre estes países e a China deteriorou-se, também, nos últimos anos.

Em 2010, a atribuição - por um comité independente do poder norueguês - do Prémio Nobel da Paz ao dissidente chinês preso Liu Xiaobo rendeu à Noruega o congelar das relações diplomáticas bilaterais.

As tensões entre a China e a Suécia agravaram-se, também, devido à detenção na China do editor Gui Minhai, chinês naturalizado sueco, e que foi condenado a dez anos de prisão por ter "divulgado ilegalmente informações classificadas no exterior".

A lei de segurança nacional foi imposta pela Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, após a região semiautónoma da China ter sido abalada por protestos pró-democracia, em 2019.

Hong Kong foi devolvido pelo Reino Unido à China em 1997, sob a política 'um país, dois sistemas', que visou garantir autonomia às instituições democráticas da cidade, distinguindo-a da China continental, dominada pelo Partido Comunista.

A lei foi imposta na região sem ser aprovada pelo Conselho Legislativo de Hong Kong, o órgão legislativo da região.

Leia Também: Hong Kong vai reforçar a lei de segurança para garantir estabilidade

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