Partido de extrema-direita alemão AfD apresenta dupla de candidatos
A líder do grupo parlamentar do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, e o copresidente, Tino Chrupalla, são os nomes escolhidos para concorrerem às eleições legislativas do país, em setembro.
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Mundo Legislativas
A dupla Weidel-Chrupalla conseguiu 10.464 votos, o que representa 71,03% do partido, frente aos candidatos que também se apresentaram em conjunto, a deputada Joana Cotar e o militar na reforma Joachim Wundrak, que conquistaram 27,04% das preferências, isto é, 3.982 votos.
O partido escolheu, em votação realizada através da internet, os rostos da ala mais radical, e os mais conhecidos, para ir a votos em 26 de setembro, altura em que será escolhido o sucessor de Angela Merkel, depois de quase 16 anos à frente do Governo alemão.
As divergências internas prevalecem, mas o partido de extrema-direita, com presença em todos os parlamentos alemães, regionais e federal, optou por radicalizar o discurso no último congresso, realizado no mês passado, dando voz à ala defendida por Björn Höcke.
A AfD assume-se anti-islâmico e anti-imigração, contra a presença da Alemanha na União Europeia e contra o uso de máscaras de proteção contra a covid-19, com alguns elementos do partido a participarem em manifestações de repúdio ao confinamento e à vacinação.
Atualmente reúne cerca de 11% dos votos, de acordo com as últimas sondagens, que mostram um resultado inferior ao obtido em 2017, altura em que a "Alternativ für Deutschland" conseguia 12,6% de apoio nas urnas, tornando-se o terceiro partido mais votado.
Em declarações à agência Lusa, feitas depois do congresso de Dresden de abril, em que o partido apresentou o programa eleitoral, o politólogo Floris Biskamp assumia que a AfD não tem uma "estratégia coerente" porque "não existe um cérebro no partido que possa definir um rumo", admitindo existir uma espécie de "cessar-fogo" interno.
"Até às eleições vão evitar apunhalar-se uns aos outros pelas costas, mas é muito expectável que no fim do ano, quando terminar o período eleitoral, a ala mais à direita se tente ver livre de Jörg Meuthen como líder", sustentou então o cientista político.
A AfD começou por ser um partido eurocético, ganhando relevo durante a crise migratória de 2015. Nas últimas eleições federais, em 2017, atingiram o seu melhor resultado e entraram no parlamento como maior partido da oposição.
A Alemanha vai a eleições a 26 de setembro para escolher um novo chanceler.
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