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Pelo menos 22 feridos no Chade em manifestação contra junta militar

Pelo menos 22 pessoas ficaram hoje feridas no Chade depois de a polícia ter dispersado manifestações contra a junta militar que assumiu o poder após a morte do Presidente Idriss Déby Itno, em abril.

Pelo menos 22 feridos no Chade em manifestação contra junta militar
Notícias ao Minuto

18:43 - 08/05/21 por Lusa

Mundo Chade

De acordo com Max Loalngar, coordenador do movimento Wakit Tamma (que significa "a hora chegou"), a intervenção da polícia nas manifestações de hoje causou 22 feridos, seis dos quais se encontram em estado grave.

O responsável por este movimento, formado por partidos políticos e organizações da sociedade civil, que protesta contra o poder da junta militar, disse, citado pela agênicia de notícias espanhola EFE, que o Chade está perante "um poder ilegítimo e ilegal, mas sobretudo sádico".

Loalngar afirmou à EFE que o Governo chadiano disse, na sexta-feira, "que as marchas estavam autorizadas", mas depois deu ordens para dispersar.

A agência de notícias francesa AFP refere que autoridades militares proibiram na sexta-feira reuniões agendadas pela Wakit Tamma, que convocou manifestações contra o Conselho Militar de Transição (CMT), liderado pelo filho de Idriss Déby, Mahamat Idriss Déby, que concentra quase todos os poderes.

A EFE refere que, apesar de o Governo não se ter pronunciado oficialmente sobre os incidentes, fontes policiais confirmaram à agência espanhola que a violência se deveu a um "erro de entendimento" no executivo, que levou a dar ordens à polícia e ao exército para dispersar as manifestações.

De acordo com a AFP, a polícia esteve "fortemente destacada" nas ruas da capital, Ndjamena, e usou gás lacrimogéneo para dispersar uma tentativa de comício.

Um pequeno grupo de manifestantes queimou bandeiras francesas noutro ponto da cidade, divulgou a AFP.

A França foi acusada pela oposição de apoiar o novo poder, depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter estado em Ndjamena para se encontrar com as novas autoridades, por ocasião do funeral do marechal Déby, tendo sido o único chefe de Estado ocidental a marcar presença.

Desde a morte de Déby, Mahamat Idriss Déby dissolveu a Assembleia Nacional e assumiu o título de Presidente da República, apoiado por 14 generais leais ao seu pai.

No último domingo, a junta militar instituiu por decreto um Governo de transição composto por 40 ministros e secretários de Estado, estando quase todos os cargos nas mãos de membros do Movimento de Salvação Patriótica (MPS), partido de Idriss Déby.

Dois membros do partido do adversário histórico de Déby, Saleh Kebzabo, entraram no Governo de transição.

Idriss Déby Itno chegou ao poder em 1990 depois de um golpe de Estado ter derrubado o ditador Hissène Habré.

Morreu, em 20 de abril, vítima de ferimentos em combate contra forças rebeldes, um dia depois de ter sido reeleito, com 79,32% dos votos.

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