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Confinamento em Mumbai leva a êxodo de trabalhadores migrantes na Índia

Trabalhadores migrantes estão a encher estações ferroviárias na capital financeira da Índia, Mumbai, tentando regressar às suas aldeias, após terem perdido o emprego devido ao confinamento no estado de Maharashtra, o mais afetado pela segunda vaga da pandemia.

Confinamento em Mumbai leva a êxodo de trabalhadores migrantes na Índia
Notícias ao Minuto

10:06 - 16/04/21 por Lusa

Mundo Mumbai

Ramzan Ali ganhava 500 rupias (menos de seis euros) por dia como operário, mas está desempregado há duas semanas, contou à agência Associated Press (AP).

"O que faço agora?", questionou.

Ali, de 47 anos, chegou à estação de comboios de Kurla esta manhã, juntando-se a uma longa fila para comprar um bilhete para Balrampur, uma aldeia no norte do estado de Uttar Pradesh, onde nasceu.

O trabalhador, de 47 anos, espera encontrar trabalho para alimentar a mulher e os quatro filhos, disse à AP.

Maharashtra tem sido o epicentro da segunda vaga da pandemia no país, que já ultrapassou várias vezes o pico da primeira.

Nas últimas 24 horas, a Índia registou um novo recorde de casos diários, com 217.353 novas infeções, ultrapassando pelo segundo dia consecutivo os 200 mil casos.

O Ministério da Saúde indiano também anunciou 1.185 mortes nas últimas 24 horas, elevando o total de óbitos para 174.308.

Na quarta-feira, o governo do estado de Maharashtra impôs o confinamento durante 15 dias para tentar travar a propagação do vírus. A maioria das indústrias, empresas e locais públicos fecharam.

O êxodo não tardou, com trabalhadores migrantes a transportarem mochilas para comboios sobrelotados, tentando sair de Mumbai e regressar aos seus estados de origem, o que pode levar à propagação das infeções nas zonas rurais.

A situação não é tão desesperada como no ano passado, quando os caminhos-de-ferro indianos suspenderam a circulação dos comboios de passageiros, numa súbita paralisação em todo o país, o que obrigou milhares de trabalhadores migrantes a percorrer milhares de quilómetros a pé.

Além disso, estados no norte no país, como o Punjab, Haryana e o estado ocidental do Rajastão, ainda não viram movimentos em grande escala de trabalhadores migrantes, porque é a época das colheitas.

Mohammad Aslam, de 24 anos, é alfaiate em Mumbai, mas há 18 dias que está parado, e decidiu tentar procurar trabalho nas colheitas, no estado de Bihar.

"A minha família tem lá uma quinta e eu posso ganhar algum dinheiro trabalhando lá", disse à AP, enquanto aguardava na fila para embarcar num comboio com destino à cidade de Muzzaffaarpur, naquele estado oriental.

Desde o início da pandemia, a Índia contabilizou mais de 14,2 milhões de casos de covid-19 (14.291.917), sendo o segundo país do mundo com mais infeções, atrás dos Estados Unidos, depois de ultrapassar o Brasil, na segunda-feira.

A Índia é o quarto país do mundo com mais óbitos, a seguir aos Estados Unidos, Brasil e México, de acordo com a contagem independente da Universidade Johns Hopkins (EUA).

Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, o país começou a campanha de vacinação em 16 de janeiro, tendo até agora administrado mais de 117 milhões de doses (117.223.509), de acordo com os números atualizados diariamente pelo Ministério da Saúde indiano.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.974.651 mortos no mundo, resultantes de mais de 138,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Pelo menos dez mortos em incêndio em hospital Covid-19 na Índia

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