Jornalistas marroquinos pedem libertação de repórteres em greve de fome

Pelo menos 150 jornalistas marroquinos já assinaram uma petição a pedir a libertação imediata de Omar Radi e Soulaimane Raissouni, dois jornalistas detidos preventivamente por alegados crimes de agressão sexual que iniciaram há vários dias uma greve de fome.

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Lusa
14/04/2021 17:08 ‧ 14/04/2021 por Lusa

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Segundo a agência espanhola EFE, os signatários da petição apelam à realização de "um julgamento justo" para os dois jornalistas marroquinos e manifestam preocupação com a deterioração do estado de saúde dos dois detidos, que sofrem de doenças crónicas.

"Insistimos que o desenrolar destes dois processos judiciais está a prejudicar o estado de saúde dos nossos companheiros e das respetivas famílias, e a imagem do país", refere a petição.

Apesar de sublinharem que compreendem os motivos que levaram os dois jornalistas a iniciarem uma greve de fome, os subscritores da petição apelam igualmente a Omar Radi e a Soulaimane Raissouni -- detidos no estabelecimento prisional de Oukacha em Casablanca -- para suspenderem o protesto.

Omar Radi e Soulaimane Raissouni declaram-se inocentes das acusações que recaem sobre eles e iniciaram a greve de fome para exigir a sua libertação provisória.

Os dois contestam o facto de estarem presos preventivamente há quase um ano e criticam a campanha difamatória de que dizem estar a ser alvo por parte dos meios de comunicação social oficiais e pró-poder.

"Exigimos um clima de calma favorável às liberdades neste país e exigimos que seja respeitado o direito dos jornalistas de exercerem plenamente a sua liberdade de expressão e de divulgação de informações e ideias", sublinham os signatários da petição, denunciando ainda "a impunidade que beneficia a imprensa difamatória" em Marrocos.

Soulaimane Raissouni, editor-chefe do diário "Ajbar al Yaum" (atualmente inativo), foi detido em maio de 2020 e é acusado por alegado abuso sexual de um jovem homossexual.

Na passada quarta-feira, o jornalista decidiu iniciar uma greve de fome e de sede por tempo indeterminado.

A família de Soulaimane Raissouni anunciou hoje, entretanto, que o jornalista voltou a beber água.

Omar Radi, que iniciou a greve de fome no sábado passado, é acusado do crime de violação contra uma colega de trabalho e de atentar contra a segurança do Estado marroquino através de presumíveis contactos com um elemento dos serviços secretos britânicos.

Leia Também: Marrocos. Jornalista inicia greve de fome e pede julgamento em liberdade

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