China e Coreia do Sul alarmadas com descarga no mar de água radioativa

China e Coreia do Sul manifestaram alarme com o plano do Japão para despejar gradualmente no mar água tratada, mas ainda radioativa, da central nuclear destruída de Fukushima.

Bomba da II Guerra Mundial descoberta perto de um reator de Fukushima

© Reuters

Lusa
13/04/2021 06:04 ‧ 13/04/2021 por Lusa

Mundo

Fukushima

 

Segundo a imprensa japonesa, a decisão de despejar água radioativa de Fukushima será tomada hoje em reunião do Governo, ao fim de sete anos de discussão sobre o destino a dar às águas usadas para arrefecer combustível da central nuclear. 

Antes mesmo de formalmente tomada a decisão, a China disse ter comunicado a sua "séria preocupação" ao Japão, pedindo ao governo do primeiro-ministro Yoshihide Suga que tome uma decisão que acautele o interesse público global, bem como a saúde e segurança dos cidadãos chineses.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores da China, "o Japão não pode menosprezar ou ignorar" as críticas globais sobre a questão, e "não deve prejudicar mais o meio ambiente marinho, a segurança alimentar e a saúde humana". 

Citado pela agência Kyodo, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sul-coreano, disse na segunda-feira que despejar água radioativa de Fukushima "afetaria direta e indiretamente a segurança das pessoas e do meio ambiente vizinho".

"Seria difícil aceitar o despejo da água no mar se o lado japonês tomar uma decisão sem consulta suficiente", disse o porta-voz, salientando que Coreia do Sul "responderá fortalecendo a cooperação" com a Agência Internacional de Energia Atómica.

 O Governo japonês já tinha afirmado que não era possível adiar a decisão por mais tempo, dado que a capacidade de armazenagem dos tanques de água na central, que continuam a receber líquido usado para arrefecer combustível nuclear, deverá esgotar-se em 2022, 11 anos depois de a central ter sido gravemente afetada por um terramoto e tsunami.

As instalações de Fukushima Daiichi geraram toneladas de água contaminada que tiveram de ser armazenadas depois de usadas para arrefecer os núcleos parcialmente derretidos de três reatores.

Desde há anos que a empresa responsável pela central, a TEPCO, utiliza um sistema para filtrar aquela água e eliminar todos os seus isótopos radioativos com exceção do trítio.

O ministro da Indústria nipónico, Hiroshi Kajiyama, solicitou em março ao diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, que o organismo de controlo nuclear da ONU realize uma revisão científica do plano para eliminar a água e transmita a sua opinião à comunidade internacional. 

O Japão pediu à AIEA que confirme se o método e as instalações utilizadas para a eliminação da água cumprem os padrões de segurança da agência, verifique os dados da radiação à volta da central e divulgue as suas descobertas.

O pedido de Tóquio ocorre depois de especialistas das Nações Unidas terem destacado que a água da central representa um grave risco ambiental e que seria "inaceitável" libertá-la no Oceano Pacífico.

Leia Também: Japão decide despejar água processada de Fukushima no Oceano Pacífico

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