"O Kremlin emitiu o pedido para uma conversa com Vladimir Putin. Até ao momento não recebemos resposta e esperemos que não signifique uma recusa do diálogo", disse Iuliia Mendel à agência noticiosa Associated Press.
O pedido foi dirigido em 26 de março, quando quatro soldados ucranianos foram mortos num ataque de morteiro no leste, acrescentou.
Em resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, indicou que não receberam qualquer pedido de Zelensky "nos próximos dias" e desconhece se o pedido entretanto chegou.
As declarações surgem num momento de escalada das tensões no leste ucraniano, onde os separatistas russófonos e as forças ucranianas estão envolvidas num conflito logo após a anexação por Moscovo da península da Crimeia, em março de 2014.
Mais de 14.000 pessoas foram mortas, e os esforços para uma solução negociada permanecem num impasse.
Responsáveis ucranianos e ocidentais também expressaram nas últimas semanas preocupação pelas crescentes violações do cessar-fogo na área de conflito.
Na última semana, têm sido emitidos relatórios diários sobre baixas militares ucranianas, e os rebeldes também anunciaram baixas nas suas fileiras.
Hoje, os militares ucranianos anunciaram a morte de mais um soldado, elevando para 28 o total de baixas desde o início de 2021.
Em paralelo, concentração de tropas russas ao longo da fronteira com a Ucrânia suscitou preocupações em Kiev e no Ocidente.
Zelensky é esperado em breve em Paris para conversações com o Presidente Emmanuel Macron sobre as movimentações militares russas e a escalada das tensões na zona de conflito, acrescentou Mendel.
A porta-voz referiu que a Rússia concentrou 41.000 militares na sua fronteira com o leste da Ucrânia e outros 42.000 na Crimeia.
Estes números deverão aumentar porque "continuam a chegar" tropas, disse.
O Kremlin argumenta que a Rússia tem todo o direito de deslocar tropas para qualquer zona do seu território, e tem acusado repetidamente os militares ucranianos de "ações provocatórias" ao longo da linha de controlo no leste e planos para retomar pela força as regiões controladas pelos rebeldes pró-russos.
Responsáveis do Kremlin também assinalaram que as ações de Kiev ameaçam a segurança da Rússia, e advertiram que a Rússia poderá intervir para proteger as populações russófonas do leste.
No decurso de uma deslocação ao Egito, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou que "o atual regime em Kiev pode promover ações irresponsáveis numa tentativa para restaurar o seu apoio".
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