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ONG acusa Egito de destruir milhares de habitações no Sinai do Norte

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) acusou hoje o exército egípcio de destruir mais de 12.000 edifícios no Sinai do Norte entre 2013 e 2020, a maioria habitações, denunciando possíveis crimes de guerra contra civis.

ONG acusa Egito de destruir milhares de habitações no Sinai do Norte
Notícias ao Minuto

09:20 - 17/03/21 por Lusa

Mundo Egito

De acordo com um relatório divulgado hoje, desde final de 2013 foram destruídos 12.350 edifícios, tendo 6.000 hectares de terrenos agrícolas sido arrasados pelo exército desde meados de 2016.

O exército criou uma "zona de segurança" em Al Arish, capital da conturbada província do Norte do Sinai, no nordeste do país, e outra em Rafah, junto à fronteira com a Faixa de Gaza, demolindo muitas propriedades na zona, de acordo com a HRW.

As demolições ocorreram sem dar justificações aos proprietários ou pagar compensações adequadas e sem um plano para os habitantes despejados, acrescentou o grupo de defesa dos direitos humanos, que tem documentado as operações militares na região, de acesso restrito.

"Nos últimos sete anos, no Norte do Sinai, o exército egípcio despejou ilegalmente dezenas de milhares de residentes, destruindo as suas casas, colheitas e meios de subsistência", disse o diretor-adjunto da HRW para o Médio Oriente e Norte de África, Joe Stork.

"O governo egípcio deve parar com as expulsões e demolições abusivas, acelerar a compensação justa e transparente para todos, e dar garantias aos despejados de que podem regressar às suas casas o mais depressa possível", acrescentou.

De acordo com imagens de satélite obtidas entre dezembro de 2017 e julho de 2020, analisadas pela HRW, cerca de 4.000 casas foram demolidas em Al Arish e arredores para criar uma zona de segurança em torno do antigo aeroporto civil da cidade, que foi convertido para uso militar, tendo sido alvo de um ataque armado em 2017.

A ONG denunciou ainda a destruição de cerca de 700 estruturas informais, no mesmo período, no perímetro da zona segura de Al Arish, bem como de dezenas de bairros de lata no exterior, onde alguns dos despejados se instalaram.

Testemunhas e outras fontes citadas pela HRW afirmaram que os mais pobres não têm para onde ir, mas os militares alegam que há radicais entre os despejados.

O exército luta há anos contra diversos grupos insurgentes na península do Sinai, em particular a congénere egípcia do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (IS), denominada Wilayat Sinai (Província do Sinai).

A imprensa e as organizações independentes estão impedidas de aceder à região, onde há registo quase diário de ataques contra as forças armadas.

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