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Etiópia rejeita apelos de Sudão para medição em disputa sobre barragem

Um responsável político etíope disse hoje que o seu Governo rejeita os apelos do Sudão para a mediação externa por atores, como os Estados Unidos, na disputa sobre a construção de uma megabarragem pela Etiópia no Nilo.

Etiópia rejeita apelos de Sudão para medição em disputa sobre barragem
Notícias ao Minuto

18:15 - 16/03/21 por Lusa

Mundo Etiópia

Segundo Dina Mufti, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Etiópia, o país no Corno de África opõe-se, de forma geral, à medição por terceiros, mas não descarta a presença da União Africana na mesa das negociações.

"As conversações tripartidas entre Etiópia, Sudão e Egito sobre a Grande Barragem do Renascimento Etíope deveriam ser concluídas entre os três países, não através de mediadores", defendeu o responsável, citado pela Associated Press.

"O papel dos mediadores é facilitar as conversações e não manipular o processo", acrescentou Mufti.

O porta-voz acrescentou que a Etiópia tem "um grande respeito pela União Africana" e que o país "acredita na resolução dos problemas africanos por parte dos africanos".

Na segunda-feira, a agência France-Presse noticiou que o Sudão tinha pedido formalmente às Nações Unidas a mediação das negociações entre Cartum, Cairo e Nairobi quanto à gestão e enchimento do reservatório da barragem etíope construída no Nilo Azul.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Sudão indicou numa declaração que o primeiro-ministro, Abdallah Hamdok, tinha escrito à Organização das Nações Unidas (ONU), aos Estados Unidos da América (EUA), à União Europeia e à União Africana neste sentido.

No mês passado, o Sudão tinha proposto que a mediação fosse realizada por estas quatro partes.

A construção da Grande Barragem do Renascimento Etíope, a maior barragem hidroelétrica de África, sobre o Nilo Azul, um rio que conflui com Nilo Branco e com o rio Atbara e origina o rio Nilo, tem instigado tensões graves entre os três países

Sudão e Egito temem que a construção do projeto, avaliado em mais de 4 mil milhões de dólares (mais de 3,5 mil milhões de euros) e que vai permitir à Etiópia gerar 6.000 megawatts de eletricidade, coloque o caudal do rio Nilo sob o controlo da administração etíope.

Com cerca de 6.000 quilómetros, o rio Nilo é uma fonte vital para o abastecimento de água e eletricidade para cerca de 10 países da África Oriental.

Em 21 de julho do ano passado, Adis Abeba anunciou que tinha alcançado o objetivo de enchimento para o primeiro ano.

Na ocasião, a Etiópia afirmou que o aumento da água na barragem se deveu às fortes chuvas, apontando que se tinha tornado "evidente nas últimas duas semanas da época chuvosa, que o primeiro ano de enchimento da barragem está concluído e a que barragem, ainda em construção, está a transbordar".

No dia 06 de março, o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, criticou a intenção da Etiópia em prosseguir com a segunda fase de enchimento da barragem.

Na ocasião, Egito e Sudão "concordaram em relançar as negociações através de uma mediação quadripartida".

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