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HRW acusa rebeldes Huthis de lançar projéteis contra centro de migrantes

A organização humanitária Human Rights Watch (HRW) acusou hoje os rebeldes Huthis do Iémen de lançarem "projéteis não identificados" contra um centro acolhimento de migrantes em Sanaa, provocando um incêndio que matou dezenas de pessoas.

HRW acusa rebeldes Huthis de lançar projéteis contra centro de migrantes
Notícias ao Minuto

10:00 - 16/03/21 por Lusa

Mundo Iémen

O incêndio ocorreu no dia 07 de março num centro de detenção na capital do Iémen, controlada pelos rebeldes huthi, tal como a maior parte do norte do Iémen.

"Dezenas de migrantes morreram queimados quando as forças de segurança Huthis atiraram projéteis não identificados contra um centro de detenção de migrantes em Sana'a, causando um incêndio", disse a HRW, em comunicado hoje divulgado.

Segundo a organização de direitos humanos, os guardas do centro "reuniram, num armazém, os migrantes, sobretudo etíopes, que protestavam contra as condições de detenção" e lançaram dois projéteis, um dos quais "explodiu ruidosamente e deu início a um incêndio".

"Fiquei apavorado. As pessoas tossiam, o colchão e os cobertores incendiaram-se. As pessoas foram 'assadas' vivas. Tive de passar por cima de cadáveres para fugir", disse um migrante, citado no comunicado da HRW.

A organização adiantou ainda que centenas de sobreviventes têm queimaduras graves e estão nos hospitais da capital, mas estão sempre a ser vigiados pelos Huthis, o que dificulta o acesso das organizações humanitárias aos feridos.

A Organização Internacional para as Migrações pediu, na semana passada, "acesso humanitário urgente" aos migrantes, alegando ter recebido diversos relatos de associações que estimam terem morrido entre 40 e 60 pessoas no ataque.

"O incidente não deve ser politizado nem instrumentalizado", disse o porta-voz dos Huthis, Mohammed Abdelsalam, à HRW, citado no comunicado.

O porta-voz referiu que muitos cibernautas iemenitas denunciaram, na rede social Twitter, ter havido um "massacre", usando a 'hashtag' "Black Lives Mater" ("As Vidas dos Negros Importam", 'slogan' usado em muitas manifestações nos Estados Unidos e noutras partes do mundo na sequência do homicídio de um afro-americano -- George Floyd -- por polícias dos EUA).

Mohammed Abdelsalam pediu ainda que o bloqueio saudita seja levantado e o aeroporto de Sanaa seja reaberto para que os migrantes "possam voltar para casa".

Nos últimos seis anos, o Iémen tem sido devastado por uma guerra que opõe os Huthis, apoiados pelo Irão, às forças do Governo, apoiadas por uma coligação liderada por Riade.

O conflito provocou a morte de dezenas de milhares de pessoas, de acordo com as organizações não governamentais presentes no terreno, e levou à pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.

Apesar da guerra, os migrantes do corno de África continuam a passar pelo Iémen na esperança de chegar a países vizinhos, os Estados ricos do Golfo.

Leia Também: Rebeldes Huthis voltam a atacar aeroporto internacional de Abha

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