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Alemanha preocupada com aumento da ameaça da extrema-direita
O número de suspeitos de incidentes conotados com a extrema-direita nas forças militares alemãs aumentou de 363 em 2019 para 477 no ano passado, situação "preocupante" que exige mais prevenção e investigação, avançou hoje um relatório oficial.
© Jan-Philipp Burmann/City-Press GmbH via Getty Images
Mundo Alemanha
O alerta foi avançado pela comissária parlamentar para as Forças Armadas, Eva Hoegl, que apresentou esta terça-feira o relatório anual sobre esta matéria.
"Os militares não estão sob suspeita geral e a grande maioria faz um trabalho responsável todos os dias", afirmou Eva Hoegl, admitindo, porém, que o número contabilizado de incidentes com alegadas ligações à extrema-direita é uma fonte de preocupação e mostra que "há muito por fazer".
"Não há lugar para o extremismo de direita no exército", escreveu Eva Hoegl no relatório, defendendo que a Alemanha precisa de investir "em investigações, sanções e na prevenção de forma consistente, completa e rápida".
Para tal, a comissária parlamentar alemã pediu a contratação de mais recursos humanos e meios para acelerar as investigações.
Este relatório surge num momento em que os esforços das autoridades alemãs para prevenir situações relacionadas com o extremismo de direita nas Forças Armadas e de segurança do país têm sido amplamente questionados.
Por exemplo, em julho de 2020, o Ministério da Defesa alemão mandou dissolver a segunda companhia de combate do Comando das Forças Especiais (KSK), na sequência das ligações de alguns dos seus membros à extrema-direita.
Na mesma altura, o ministério prometeu reforçar a investigação sobre este género de casos e avançar com reformas.
Esta unidade já tinha estado envolvida em anteriores escândalos desta natureza.
Em maio de 2020, um dos membros da unidade tinha sido detido por esconder em casa explosivos, armas e munições roubadas do exército. Na mesma ocasião, e juntamente com os itens roubados, foram encontrados símbolos nazis.
O aumento de incidentes conotados com a extrema-direita nas Forças Armadas alemãs é também um reflexo do crescimento de ataques antissemitas, anti-migrantes ou homofóbicos verificado nos últimos anos no seio da sociedade civil na Alemanha.
No ano passado, 183.777 elementos integravam as forças militares alemãs, incluindo 23.066 mulheres.
Leia Também: Alemanha com 415 mortos e 3.883 infetados mortos em 24 horas
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