David Beasley, diretor executivo do programa da Organização das Nações Unidas, distinguido com o Prémio Nobel da Paz em 2020, afirmou que a pandemia colocou mais ênfase nas cadeias de abastecimento que levam os alimentos aos famintos.
"Temos de continuar a trabalhar o sistema, temos de nos certificar de que somos... menos vulneráveis aos impactos do tipo covid", disse Beasley, a um painel virtual do Fórum Económico Mundial.
"Se pensa que teve dificuldades em obter papel higiénico em Nova Iorque, devido à rutura da cadeia de abastecimento, o que pensa que está a acontecer no Chade e no Níger e no Mali e em lugares como esses?", questionou.
Beasley salientou que o sistema de abastecimento alimentar "não está quebrado", mas que 10% da população global está em extrema pobreza e precisa de ser abastecida pelos fornecedores, um problema que esta pandemia exacerbou.
"Com 270 milhões de pessoas à beira da fome, se não recebermos o apoio e os fundos de que necessitamos, haverá fome em massa, desestabilização das nações e migração em massa. E o custo disso é mil vezes maior", frisou o diretor do PAM.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, cujo país é um centro de inovação agrícola e um grande exportador de produtos agrícolas, anunciou que o seu país iria acolher um centro de coordenação global para "polos regionais de inovação alimentar", estabelecidos pelo Fórum Económico Mundial para ajudar a enfrentar o que chamou de "desafios do sistema alimentar".
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.149.818 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos da América.
A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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