As conversações entre os dois países são retomadas na segunda-feira, em Istambul, após quase cinco anos de interrupção, em 2016, após uma tentativa de golpe na Turquia.

Numa entrevista ao jornal Efimerida ton Syntakton, Dendias disse que a Grécia vai ao encontro de "boa-fé" e com "espírito construtivo", um estado de espírito que também espera do lado oposto.

"Não queremos uma escalada. Pelo contrário, esperamos que estes contactos conduzam a uma redução da tensão, tal como expresso pelo Conselho Europeu em dezembro último, quando falou da 'continuação sem problemas' dos contactos exploratórios. Espero que o lado turco venha a estes contactos com um espírito semelhante", sublinhou Dendias.

O ministro reconheceu que foi dada uma dimensão "mítica" a esta reunião, que o próprio vê com "realismo", uma vez que "não se trata de negociações, mas de contactos para explorar se existem pontos de convergência para possíveis negociações futuras".

Embora em nenhuma das 60 reuniões anteriores tenha havido uma agenda oficial, nem o objetivo de fechar acordos, Dendias deixou claro que na perspetiva grega sobre uma futura negociação só pode haver uma questão em cima da mesa, que é a delimitação das respetivas Zonas Económicas Exclusivas e plataformas continentais no Egeu e Mediterrâneo Oriental, com base no Direito Internacional.

Caso não se chegue a um consenso, "as duas partes devem chegar a acordo sobre o texto de uma declaração conjunta a apresentar ao Tribunal Internacional de Justiça, em Haia", onde esta questão será resolvida, acrescentou o governante grego.

Dendias salientou que em nenhum caso será discutida a desmilitarização das ilhas do Egeu ou qualquer questão que afeta a soberania nacional.

O lado turco sugeriu, através da agência noticiosa estatal Anadolu, que levantará a questão do espaço aéreo, das áreas de busca e salvamento e da desmilitarização das ilhas do leste do Egeu.

Após meses de alta tensão, os dois países concordaram em retomar as conversações graças aos esforços diplomáticos do Secretário-Geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg.

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