"Mata-o com a própria arma". O relato de um polícia no Capitólio
Michael Fanone, agente da Polícia Metropolitana, relata momentos desesperantes. Procurador norte-americano avisou ontem que as pessoas "vão ficar chocadas" com alguns do incidentes que aconteceram na sede do Congresso.
© Shay Horse/NurPhoto via Getty Images
Mundo Capitólio
Michael Fanone foi um dos muitos agentes policiais a correr para o Capitólio assim que eclodiu o motim, no passado dia 6 de janeiro. No local, depois de ser eletrocutado várias vezes com o próprio 'taser', foi obrigado a gritar que tinha filhos para conseguir escapar com vida. Em entrevista à CNN, o agente, ainda a recuperar de um ataque cardíaco, falou em momentos desesperantes.
Fanone lembra-se de estar no chão, ferido e imobilizado, depois de ser sido eletrocutado com o seu 'taser' várias vezes no pescoço. Lembra que sentiu que lhe estavam a tirar todo o equipamento: armas, munições, rádio, até o distintivo.
Foi nessa altura que ouviu as palavras que o fizeram entrar em modo sobrevivência: "Alguns tipos pegaram na minha arma e começaram os gritos 'Mata-o com a própria arma'", recorda o agente, de 40 anos, que está na Polícia Metropolitana há quase duas décadas.
Nesse momento, Fanone equacionou usar força letal, mas sabia que não tinha munições suficientes e que seria rapidamente dominado pela multidão, com a diferença de que, nesse caso, morreria. "A outra opção em que pensei foi em apelar à humanidade de alguém. E comecei a gritar que tenho filhos. E resultou", descreveu o pai de quatro crianças.
Um grupo de invasores que ouviu Fanone rodeou-o e protegeu-o até chegar ajuda médica, salvando-lhe a vida. "Obrigado, mas vão-se lixar por estarem lá", disse o agente, à CNN.
A mesma publicação indica, citando as autoridades federais, que a violência do que ocorreu no Capitólio é "perturbadora". "As pessoas vão ficar chocadas com alguns dos atos hediondos que aconteceram no Capitólio", afirmou Michael Sherwin, procurador interino dos Estados Unidos, na terça-feira, referindo-se aos ataques a agentes no local.
Recorde-se que, de acordo com documentos judiciais hoje divulgados, a justiça dos Estados Unidos acredita que apoiantes de Donald Trump tiveram como objetivo "capturar e assassinar funcionários eleitos" durante o ataque ao Capitólio, na semana passada.
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