"É essencial resolver o conflito em curso e manter a Etiópia no caminho da democracia", disse Pompeo na sua conta da rede social Twitter, após ter falado telefonicamente com o chefe de Governo etíope e prémio Nobel da Paz (2019), que se tornou um "senhor da guerra" e que, no sábado, proclamou a vitória militar sobre as forças dissidentes na região de Tigray.
Abiy Ahmed lançou em 04 de novembro uma operação militar na região de Tigray (norte do país), após meses de tensão crescente com as autoridades regionais da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês).
Desde então, a região tem sido palco de ofensivas militares por ambas as partes, com o disparo de foguetes e de incursões para a captura de cidades.
De acordo com o comunicado do Departamento de Estado norte-americano hoje divulgada, Mike Pompeo "tomou nota do anúncio do fim das grandes operações militares, feito em 28 de novembro pelo Governo etíope", mas reiterou "a grave preocupação dos Estados Unidos sobre as hostilidades em curso e os riscos apresentados pelo conflito".
O chefe da diplomacia dos EUA apelou ao fim total dos combates e a "um diálogo construtivo para resolver a crise", dizendo ser urgente "proteger os civis, em particular os refugiados", e "garantir o respeito pelos direitos humanos dos habitantes de Tigray e de todos os grupos étnicos".
Abiy Ahmed garantiu hoje que os líderes dissidentes de Tigray, em fuga após a captura da sua capital, Mekele, estavam a ser seguidos pelo exército etíope, após mais de três semanas de conflito.
O primeiro-ministro etíope anunciou que o exército tinha alcançado um dos seus principais objetivos, ao assumir o controle de Mekele, onde os líderes da região estavam sitiados, tendo sido agora detidos e levados à justiça.
Desde o início dos combates, mais de 40 mil pessoas abandonaram a região em direção ao Sudão e quase 100.000 refugiados eritreus em campos no norte de Tigray ficaram expostos às linhas de fogo, com diversas organizações internacionais a relatar o massacre de pelo menos 600 civis.
A comunidade internacional, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e a União Europeia, tem manifestado grande preocupação com o conflito e com o seu impacto humanitário, enquanto insiste nos apelos ao diálogo.