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"Não seria humanamente possível fazer isto mais depressa", diz Moderna

Tal Zaks, diretor médico da Moderna, esclarece que já estava a ser equacionado o desenvolvimento de uma vacina deste género, mas que a investigação depende da evolução dos casos. Algo que prontamente descarta é que possa existir motivação política na escolha da altura de divulgação de resultados.

"Não seria humanamente possível fazer isto mais depressa", diz Moderna
Notícias ao Minuto

23:10 - 16/11/20 por Anabela Sousa Dantas

Mundo Moderna

O diretor médico da Moderna, a empresa de biotecnologia norte-americana que esta segunda-feira anunciou que a sua vacina experimental contra a Covid-19 tem quase 95% de eficácia, indicou em entrevista ao site Axios que não existe qualquer componente política na divulgação dos resultados preliminares nesta altura, explicando que o relatório foi divulgado menos de 24 horas depois de o ter recebido.

"Não seria humanamente possível fazer isto mais depressa", disse Tal Zaks, quando questionado sobre a divulgação dos dados, uma semana depois da farmacêutica Pfizer, também norte-americana, ter feito o mesmo, algo que terá desagradado à atual administração norte-americana, que preferia resultados algumas semanas mais cedo (o que não impediu o presidente cessante de tuitar sobre o assunto).

"Não há nada de conveniente nisto", respondeu, confrontado com as alegações de alguns críticos. "Deixe-me ser claro. A minha mãe tem mais de 80 anos de idade. Eu quero estes dados divulgados assim que seja humanamente possível recebê-los. Temos trabalhado dia e noite, sete dias por semana", indicou.

Tal Zaks explicou que este tipo de investigação depende dos casos de infeção. "Não controlamos quando os casos ocorrem. E a nível pessoal espero que nunca ocorram e que isto leve uma vida. Mas o paradoxo do desenvolvimento de uma vacina é que quanto pior está a pandemia, mais rápido os casos aumentam", algo que é benéfico para a investigação.

Tal Zaks explicou, ainda, que o desenvolvimento deste tipo de fármaco já era discutido há algum tempo. "Lá para o final do ano passado, a Stéphane [BancelCEO da Moderna] e eu estávamos a falar com Tony [Anthony] Fauci e a equipa dele. Eles estavam preocupados há vários anos com a chegada de uma pandemia. Tínhamos visto a SARS, a MERS, e estávamos a colaborar com eles", indicou. "Uma da discussões que tivemos no final do ano passado foi: será que precisamos de uma vacina-modelo, para um vírus que a maior parte de nós desconhece, como o vírus Nipah, que não é ameaçador, mas usar isso como preparação para testar o quão rápido podemos agir?".

Aquilo que seria um projeto de ensaio acabou por depressa se tornar numa emergência. "No início de janeiro, começámos a falar com eles e dissemos: ok, isto não é a brincar. Isto está a acontecer em tempo real. E, portanto, organizamo-nos muito rapidamente".

Sublinhe-se que a Moderna anunciou hoje, com base em dados preliminares de um ensaio clínico, uma eficácia de 94,5% da sua vacina experimental contra a doença causada pelo vírus SARS-CoV-2. O anúncio foi feito uma semana depois de uma outra farmacêutica, igualmente norte-americana, a Pfizer, ter indicado que a sua vacina candidata tem uma eficácia de 90%.

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