"Calma lá". Até a Fox News já corta discurso de campanha de Trump

Jornalista da Fox News, estação conservadora muito próxima da administração Trump, interrompeu declarações da campanha do presidente cessante, indicando que são acusações "explosivas" para fazer sem provas.

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Notícias Ao Minuto
10/11/2020 13:07 ‧ 10/11/2020 por Notícias Ao Minuto

Mundo

Presidenciais nos EUA

Numa decisão que seria impensável há menos de uma semana, a estação conservadora Fox News interrompeu uma conferência de imprensa da porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, onde esta assumiu a recusa de Donald Trump em reconhecer a derrota eleitoral e tentou menorizar as alegações de fraude na contagem de votos, para as quais não foi apresentada qualquer prova.

O momento aconteceu na segunda-feira à tarde (noite em Portugal), quando Kayleigh McEnany se dirigiu aos jornalistas "a título pessoal" durante o que definiu como "um evento de campanha" na sede do comité nacional republicano.

McEnany estava a explicar que os republicanos querem "todos os votos legais contados e todos os votos ilegais descartados" quando a estação interrompeu a emissão e passou para estúdio, onde o jornalista Neil Cavuto explicou que não podem coadunar com aquele tipo de acusações sem prova.

"Uau, uau, uau - acho que temos que ser muito claros. Ela está a acusar o outro lado de aceitar fraude e votos ilegais. A menos que apresente mais detalhes que o provem, não posso, em boa consciência, continuar a mostrar-vos isto", indicou.

"Quero certificar-me de que eles têm mesmo alguma coisa que prove aquilo, mas é uma acusação explosiva, que o outro lado está efetivamente a aldrabar e a manipular. Se ela apresentar provas, claro que voltamos a mostrar. Até agora, logo à partida, ela começou por dizer 'aceitam fraude e votos e ilegais'. Calma lá com isso", acrescentou, fazendo referência ao início do discurso, que não se vê no excerto acima.

A decisão de cortar a emissão terá sido do jornalista, segundo indica o Washington Post, que cita fontes próximas do programa.

É de sublinhar que os meios detidos pelo empresário Rupert Murdoch - entre os quais se inclui a Fox News, o New York Post e o Washington Post - revelaram algum distanciamento de Donald Trump nas horas que se seguiram às eleições, tendo sido noticiado que o magnata instruiu os meios da corporação a assumir a vitória de Joe Biden.

Recorde-se que o Procurador-Geral dos Estados Unidos autorizou, na segunda-feira, investigações por "alegações substanciais" de irregularidades na contagem dos boletins de voto, antes da certificação das presidenciais de 3 de novembro, apesar da falta de provas de fraude. O diretor da divisão de Crimes Eleitorais do Departamento da Justiça dos Estados Unidos, Richard Pilger, demitiu-se na sequência da decisão, com a qual não concorda.

Richard Pilger indicou, através de carta enviada aos colegas, que não pode concordar com a revogação de uma politica em vigor há 40 anos, uma vez que só se equaciona a investigação de eleições depois destas estarem concluídas, com os resultados serem certificados e todas as recontagens e concursos eleitorais concluídos.

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