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EUA. Aministia vai monitorizar eventuais violações de direitos humanos

A Amnistia Internacional enviou cartas a embaixadores dos Estados Unidos em vários países, incluindo Portugal, para avisar que vai monitorizar eventuais violações de direitos humanos em manifestações, durante e depois das eleições presidenciais de 03 de novembro.

EUA. Aministia vai monitorizar eventuais violações de direitos humanos
Notícias ao Minuto

11:38 - 30/10/20 por Lusa

Mundo EUA/Eleições

"A Amnistia Internacional enviou uma carta aberta ao embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) em Portugal, onde expressa as graves preocupações sobre o estado dos direitos humanos no país", refere a organização humanitária, em comunicado hoje divulgado, adiantando que a iniciativa será adotada em vários países.

Na carta, a Amnistia Internacional indica ao embaixador norte-americano que irá vigiar e expor violações de direitos humanos relacionadas com protestos e manifestações em altura de eleições.

"A existência de uma ampla oferta de armas, juntamente com o incitamento à violência e a não condenação pública de grupos supremacistas brancos -- entre altos responsáveis do Governo e por aqueles que foram eleitos para servir e proteger a população -- deixou o país perigosamente vulnerável a distúrbios civis e políticos", afirma o diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro A. Neto.

O responsável defende que "as autoridades norte-americanas devem garantir que, em todos os estados, todas as pessoas estejam livres da intimidação armada nas urnas, além de que têm de garantir a liberdade de expressão e de reunião pacífica qualquer que seja o resultado das eleições".

O país tem de prevenir a violência armada, inclusivamente por parte das forças de segurança, e a proteção de todas as pessoas contra o racismo e a discriminação, um trabalho que "é um dever de todos os governos do país e de todas as autoridades, quer estaduais, quer federais", sublinha.

Além disso, alerta o diretor executivo, a Amnistia Internacional vai destacar investigadores para o terreno, "caso sejam registados graves abusos no contexto de protestos", e "monitorizar ativamente as redes sociais, bem como outras plataformas online", para verificar e documentar eventuais violações online.

Este processo será partilhado com os meios de comunicação internacionais, avisa.

Na carta aberta ao embaixador norte-americano em Portugal, a Amnistia Internacional aponta que, ao longo de quase 60 anos, tem documentado como o racismo, a discriminação e o discurso de ódio levaram a graves violações de direitos humanos.

"A atual situação nos EUA permite concluir que o país está numa posição vulnerável face àqueles que promovem a desigualdade em vez da equidade, o ódio em vez da unidade e a impunidade em vez da justiça", explica Pedro A. Neto.

Ao longo deste ano, lembra a organização no documento, a Amnistia Internacional tem investigado, documentado e feito campanha a nível global "contra o uso excessivo de força pela polícia nos EUA, incluindo força letal discriminatória contra pessoas negras e força desnecessária ou excessiva contra pessoas que participavam em manifestações pacíficas".

Na sua investigação mais recente, a organização humanitária registou "o fracasso da polícia em garantir e proteger a liberdade de reunião pacífica de perturbações, por exemplo, de grupos armados", refere, expressando a sua preocupação pelo possível agravamento destes abusos à medida que as tensões crescem face às eleições.

"A Amnistia Internacional não assume posição a favor ou contra qualquer ideologia política, partido, candidato ou responsável. O único objetivo da organização é a promoção e defesa dos direitos humanos, em plenitude, em todo o mundo", sublinha a organização.

Os eleitores norte-americanos vão às urnas para eleger a 3 de novembro o próximo Presidente dos Estados Unidos, mas também governadores e autarcas e para renovar as composições do Senado e da Câmara dos Representantes.

Os republicanos Donald Trump e Mike Pence concorrem para um segundo mandato nos cargos de Presidente e vice-presidente, contra os democratas Joe Biden e Kamala Harris.

Cerca de 67 milhões dos mais de 230 milhões de eleitores norte-americanos já votaram (um terço por voto presencial antecipado e dois terços por voto por correspondência), um recorde histórico, mas o vencedor terá de assegurar, no mínimo, 270 dos 538 "grandes eleitores" (uma maioria simples) que compõem o Colégio Eleitoral.

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