O antigo agente de autoridade que se tornou conhecido como o 'Golden State Killer' pediu desculpa aos familiares das vítimas antes de ser condenado, esta sexta-feira, a uma pena de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Joseph James DeAngelo, agora com 74 anos de idade, foi responsável por pelo menos 13 homicídios e 50 violações em todo o estado da Califórnia nos anos 1970 e 1980.
"Quando uma pessoa comete atos monstruosos tem que ser fechada num lugar onde nunca mais possa magoar uma pessoa inocente", disse o juiz Michael Bowman, do Supremo Tribunal de Sacramento, citado pela CNN. No final da leitura da sentenças, as pessoas na sala de audiências - familiares das vítimas, maioritariamente -, aplaudiram.
Crowd applauds as Sacramento County DA says she doesn’t buy DeAngelo’s feeble act and will make sure he doesn’t get special treatment in prison. Prosecution has video of him exercising in jail.#GoldenStateKiller pic.twitter.com/idlxT0rufh
— Matthias Gafni (@mgafni) August 21, 2020
DeAngelo só foi identificado em 2018, após 40 anos de investigação, através da análise de ADN, que relacionou o ex-polícia com alguns dos crimes cometidos por um assassino em série californiano, o chamado "assassino do estado dourado" ('Golden State Killer').
Pouco antes de ser lida a sentença, Joseph James DeAngelo, que se declarou culpado em junho passado, levantou-se e removeu a máscara de proteção contra a Covid-19 para proferir uma curta declaração, perante alguns familiares das vítimas, que estavam no local. "Ouvi os vossos depoimentos, todos eles, e peço verdadeiramente desculpa a todos os que magoei. Obrigado, senhor juiz", disse.
Phyllis Henneman foi uma das suas vítimas, cujo testemunho foi lido pela irmã em tribunal: "Joseph DeAngelo, que designarei daqui em diante como ‘o diabo em pessoa’, entrou na minha casa, vendou-me, amarrou-me, ameaçou-me de morte e violou-me".
DeAngelo, que foi demitido da polícia de Auburn em 1979, só foi identificado quando, há mais de dois anos, os investigadores recolheram secretamente amostras de ADN.
Armado, o atacante mascarado dos anos 70 e 80 aterrorizou as comunidades, invadindo casas enquanto mulheres solteiras ou casais dormiam. Por vezes, amarrava o homem e empilhava pratos nas costas deste, violando depois a mulher, enquanto ameaçava matar os dois se os pratos caíssem.