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Tikhanovskaia admite "decisão difícil" de deixar a Bielorrússia

A opositora bielorrussa Svetlana Tikhanovskaia confirmou hoje ter tomado a "decisão difícil" de abandonar a Bielorrússia, numa altura em que ocorre uma repressão a um movimento de protesto contra umas eleições presidenciais muito contestadas no país.

Tikhanovskaia admite "decisão difícil" de deixar a Bielorrússia
Notícias ao Minuto

10:58 - 11/08/20 por Lusa

Mundo Eleições Bielorrússia

"Tomei a decisão sozinha [...] e sei que muitos me condenam, muitos me compreendem, muitos me odeiam", afirmou Tikhanovskaia, candidata presidencial que, em várias semanas, mobilizou, para surpresa geral, multidões contra o regime de Alexander Lukashenko, vencedor da votação de domingo (cerca de 80% dos votos) e no poder há 26 anos.

"Penso que esta campanha [presidencial] me endureceu e deu-me a força toda para a conseguir suportar. Mas continuo a ser uma mulher frágil tal como no início [da campanha]", prosseguiu Tikhanovskaia, que surge com uma cara cansada num vídeo publicado pelo órgão de comunicação social 'online' bielorrusso Tut.by

"As crianças, os filhos, são o que há de mais importante na vida", acrescentou a candidata da oposição unificada que, por questões de segurança, enviou os dois filhos para o estrangeiro, temendo pressões do poder.

Debutante na política, Tikhanovskaia surgiu na corrida presidencial após o marido, Serguei, um "videoblogger" ser detido em maio.

Na segunda-feira, Tikhanovskaia, que, segundo os resultados oficiais, recolheu cerca de 10% dos votos, impugnou na Comissão Eleitoral Central (CEC) os resultados "fraudulentos" da votação, após o que abandonou o país e se refugiou na Lituânia.

"Svetlana Tikhanovskaia está a salvo, está na Lituânia", escreveu hoje no Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Linas Linkevicius.

Fonte do gabinete do Presidente lituano, Gitanas Nauseda, disse, por seu lado, que Tikhanovskaia "está a descansar".

"O Gabinete do Presidente está em contacto permanente com Svetlana Tikhanovskaia, que chegou à Lituânia. Está atualmente a repousar", declarou à agência noticiosa France-Presse (AFP) Antanas Bubnelis, porta-voz de Nauseda.

A Lituânia, Estado membro da União europeia (EU) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), integrou a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e é frequentemente refúgio de figuras da oposição bielorrussa e russa.

A recusa dos resultados eleitorais está a traduzir-se numa onda de protestos contra o regime de Lukashenko, no poder desde 1994 (há 26 anos).

Os protestos fizeram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos.

As autoridades de Minsk admitiram que os protestos se estenderam a 33 cidades e localidades da Bielorrússia e que mais de 3.000 pessoas foram detidas.

Lukashenko, que defendeu a atuação das forças da polícia antimotim, acusou a oposição de planear tomar o controlo de edifícios públicos e denunciou que os protestos estão a ser patrocinados por países estrangeiros, como a República Checa e a Polónia.

Nas redes sociais bielorrussas foi publicado um apelo à realização de uma greve geral no país a partir do meio-dia local, enquanto os Estados Unidos e vários países europeus pediram às autoridades de Minsk para se absterem de recorrer à força contra os manifestantes.

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