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ONU alerta para perigo de "fuga maciça" de petróleo na costa do Iémen

A ONU voltou hoje a alertar para o perigo de uma "fuga maciça" de petróleo de uma embarcação abandonada na costa do Iémen, carregada com mais de um milhão de barris, e que pode causar uma catástrofe ambiental e humana.

ONU alerta para perigo de "fuga maciça" de petróleo na costa do Iémen
Notícias ao Minuto

23:36 - 15/07/20 por Lusa

Mundo ONU

"Caso esta situação saia do controlo, pode afetar diretamente milhões de pessoas, num país que já está a sofrer a maior emergência humanitária do mundo, e destruir ecossistemas inteiros durante décadas se se estender a mais países", destacou a diretora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Inger Andersen falava durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, convocada pelo Reino Unido para discutir a situação da embarcação que está abandonada desde 2015 a sete quilómetros da costa do Iémen, no mar Vermelho.

Na semana passada, os Huthis, que controlam a área onde o navio está atracado, deram 'luz verde' à ONU para que o barco seja inspecionado, noticia a agência Efe.

Em 27 de maio, a embarcação sofreu uma "infiltração descontrolada de água do mar" numa sala de máquinas que foi contida após cinco dias de trabalho e que fez soar os alarmes sobre uma possível catástrofe.

Inger Andersen realçou ainda que há tempo para prevenir "uma catástrofe" caso se atue "com rapidez" e destacou que o barco, construído no Japão em 1976, não tem manutenção desde 2015 e que "a sua condição se deteriora diariamente, o que aumenta a possibilidade de uma fuga de petróleo".

"Se isso acontecer, causará uma catástrofe ambiental, com impacto nos ecossistemas e na vida de 28 milhões de pessoas que vivem desses ecossistemas", acrescentou, durante a reunião que decorreu por videoconferência.

A responsável do programa das Nações Unidas lembrou ainda que perante uma eventual catástrofe nem o Governo do Iémen nem os governos dos países vizinhos "têm capacidade para gerir e mitigar completamente as consequências de um derrame de petróleo tão maciço e a catástrofe ambiental que irá resultar".

À espera dos resultados da vistoria técnica da ONU para avaliar a situação, Inger Andersen assegurou que dada a antiguidade dos tanques do petroleiro, a opção mais segura seria esvaziar e deslocalizar a embarcação para um lugar mais seguro e retirar posteriormente o petróleo no seu interior.

O diretor do gabinete das Nações Unidos para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, congratulou-se com a permissão obtida pelo Governo do Iémen e mais recentemente dos rebeldes para que a inspeção ao barco fosse realizada.

Mas alertou que não seria a primeira vez que os rebeldes cancelavam uma vistoria técnica após terem dado autorização.

Mohammed Ali al-Houthi, líder do grupo rebelde, culpou os Estados Unidos e os sauditas por não deixarem os rebeldes venderem o petróleo, dizendo, numa mensagem divulgada no Twitter em 18 de junho, que quaisquer "consequências desastrosas... que Deus permita que não aconteçam" que possam resultar do colapso do navio serão responsabilidade desses dois países.

Os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, controlam os portos ocidentais do mar Vermelho, incluindo Ras Issa, a seis quilómetros do local onde o navio "FSO Safre" está atracado desde os anos 80.

Os Huthis estão em guerra com o Governo do Iémen reconhecido internacionalmente, que é apoiado por uma coligação liderada pela Arábia Saudita e pelos Estados Unidos.

O navio-tanque foi construído no Japão, na década de 1970, e vendido ao Governo do Iémen na década seguinte, para armazenar e exportar até três milhões de barris bombeados dos campos de petróleo de Marib, uma província no leste do país.

O navio tem 36 metros de comprimento e 34 tanques de armazenamento.

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