Rússia pede "contenção" à Arménia e ao Azerbaijão após dias de confrontos
A Rússia apelou hoje à "contenção" da Arménia e do Azerbaijão após três dias consecutivos de confrontos registados na fronteira entre as duas ex-repúblicas soviéticas, que já fizeram, desde domingo, pelo menos 13 mortos.
© Reuters
Mundo Diplomacia
"Estamos profundamente preocupados com a troca de tiros na fronteira entre a Arménia e o Azerbaijão", disse o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, pedindo que "as duas partes exerçam a contenção".
Novos combates foram hoje registados, pelo terceiro dia consecutivo, na zona fronteiriça entre as duas ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso do sul, provocando pelo menos sete mortos do lado do exército do Azerbaijão.
Em declarações aos 'media' locais, o vice-ministro da Defesa do Azerbaijão, Karim Valiev, confirmou a morte destes sete militares, entre os quais constam um general (Polad Gachimov) e um coronel (Ilgar Mirzaïev).
Com estas novas baixas, aumentam para 11 o número de mortes registadas do lado do Azerbaijão desde o início das hostilidades, no domingo.
Segundo o vice-ministro da Defesa do Azerbaijão, pelo menos 100 militares arménios terão igualmente morrido.
O executivo de Erevan (capital arménia), que tinha negado, até ao momento, o registo de baixas nos combates, confirmou hoje a morte de apenas dois militares.
Antes, a Arménia só tinha informado que cinco soldados tinham ficado feridos.
A Arménia e o Azerbaijão estão em conflito desde o início da década de 1990 pelo controlo da região de Nagorno-Karabakh, um enclave de maioria arménia integrado em território azeri desde a época soviética.
Esta enclave autoproclamou a independência em 1991, com o apoio da Arménia, desencadeando uma guerra com o Azerbaijão que provocou cerca de 30.000 mortos até ao cessar-fogo de 1994.
A Rússia tem sido um dos mediadores deste conflito.
Os confrontos nos limites desta região são frequentes. Os combates na fronteira azeri-arménia são, no entanto, mais raros.
Esta recente escalada das tensões surge pouco após as declarações do Presidente do Azerbaijão, que ameaçou abandonar as conversações de paz sobre o enclave Nagorno-Karabakh e considerou que o seu país tem o direito de procurar "uma solução militar para o conflito".
As duas fações têm rejeitado qualquer responsabilidade sobre o início destes confrontos e, desde domingo, que têm trocado acusações.
Hoje de manhã, as forças do Azerbaijão "prosseguiam com os ataques com uma intensidade variável, utilizando artilharia, tanques e aparelhos aéreos não tripulados [drones]", afirmou, em declarações à agência France-Presse (AFP), o porta-voz do Ministério da Defesa arménio, Chouchane Stepanian.
Segundo as autoridades de Erevan, algumas infraestruturas civis foram atingidas na cidade de Berd, perto da fronteira.
"Estes ataques contra a segurança da população civil da Arménia terão uma resposta proporcional", advertiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros arménio.
Por sua vez, o Ministério da Defesa do Azerbaijão declarou ter avançado com "medidas punitivas" que levaram à destruição de equipamentos e de sistemas de armas arménios, bem como a baixas humanas.
O início de uma guerra aberta entre Baku e Erevan poderá representar uma grave desestabilização de toda a região do Cáucaso, onde a Rússia e a Turquia, em particular, têm interesses geoestratégicos concorrentes.
Erevan pertence a uma aliança político-militar liderada por Moscovo, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, que integra outras antigas repúblicas soviéticas, nomeadamente Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Uzbequistão.
Já o Azerbaijão é um aliado da Turquia.
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