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Perita da ONU assinala aumento do número de países com drones armados

Uma investigadora independente da ONU referiu hoje que cerca de 40 país já possuem ou estão muito perto de garantir 'drones' [aparelhos aéreos não-tripulados] armados, lamentando a ausência de transparência e de normas sobre a sua utilização.

Perita da ONU assinala aumento do número de países com drones armados
Notícias ao Minuto

15:18 - 09/07/20 por Lusa

Mundo ONU

Ao intervir no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, a relatora especial sobre as execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, Agnès Callamard, sublinhou que um número crescente de países tem a intenção de aderir ao "clube dos países utilizadores de 'drones'".

Na sua perspetiva, o mundo entrou numa nova era, a "era dos 'drones'", com um "amplo leque de atores estatais e não estatais" que apresentam aparelhos deste tipo cada vez mais avançados no plano tecnológico.

A especialista calcula que pelo menos 102 países utilizam atualmente 'drones' militares, e que cerca de 40 já dispõem ou estão perto de obter modelos armados. Entre eles, 35 estão dotados de 'drones' armados considerados como os mais mortíferos.

Desde 2015, pelo menos 11 países (Israel, Iraque, Irão, Reino Unido, Estados Unidos, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Egito, Nigéria e Paquistão) dotaram-se de 'drones' armados, incluindo para recorrer à força ao cometerem assassínios dirigidos, segundo Callamard.

Considerou ainda que cerca de 20 atores não estatais dispõem de sistemas de 'drones' armados e não armados.

Os peritos independentes da ONU estão associados ao Conselho dos direitos humanos, mas os seus relatórios não são vinculativos para a organização.

Perante o Conselho, Callamard denunciou a ausência de transparência na utilização dos 'drones' armados e deplorou o "silêncio" da comunidade internacional, em particular o Conselho de Segurança, solicitando a formação de um grupo de trabalho que inclua designadamente diversos Estados e responsáveis militares, que deverá elaborar as normas sobre a sua utilização e venda à escala internacional.

Atualmente não existe "qualquer transparência" e "responsabilidade", lamentou.

Em simultâneo, Callamard indicou que os assassínios dirigidos cometidos por 'drones' apenas tinham sido destinados até ao momento a atores não estatais.

"Até que pela primeira vez, em janeiro de 2020, um 'drone' armado de um Estado tomou por alvo um alto funcionário de um Estado estrangeiro e cometeu a ação em território de um Estado terceiro", disse.

No seu relatório enviado aos 'media' pela ONU na terça-feira, a especialista concluiu que o general iraniano Qassem Soleimani foi morto de forma arbitrária e ilegal durante um 'raide' norte-americano em janeiro no Iraque.

Na quarta-feira os Estados Unidos criticaram com veemência este relatório e denunciaram a sua "desonestidade intelectual".

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