As relações entre o Canadá e a República Popular da China têm vindo a degradar-se depois da detenção em Vancouver, em 2018, de uma alta dirigente chinesa ligada à empresa de telecomunicações Huawei a que se seguiu a prisão de dois diplomatas canadianos em Pequim.
"Recentemente, o Canadá enfrenta incidentes violentos em que estão implicadas forças da ordem e que têm dado origem a uma série de manifestações", indica um breve comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China.
"Os cidadãos chineses devem estar muito atentos à sua própria segurança" acrescenta o documento que apela à "prudência".
O comunicado não especifica os "incidentes violentos" a que se refere.
Hoje, Pequim já se tinha referido "à nova degradação" das relações bilaterais, na sequência das sanções anunciadas pelo governo de Otava por causa da Lei de Segurança Nacional aprovada na semana passada e que passou a ser aplicada na Região Administrativa Especial de Hong Kong.
Na sexta-feira, o Canadá anunciou a suspensão do tratado sobre extradições com a antiga colónia britânica de Hong Kong assim como a suspensão da venda de "material de guerra sensível".
"A China condena firmemente (as sanções canadianas) e reserva-se ao direito de tomar medidas complementares", disse o porta-voz da diplomacia de Pequim, Zhao Lijian.
Para o porta-voz as decisões do Canadá constituem uma "grave violação do direito internacional" assim como "ingerência" nos assuntos internos chineses.
"A China apela ao Canadá para retificar imediatamente os erros (...) para que seja evitada uma nova degradação das relações entre os dois países", declarou o mesmo responsável.
A nível mundial vários países apelaram para que Pequim reveja a Lei de Segurança Nacional aplicada a Hong Kong e que significa um recuo nos direitos, liberdades e garantias em vigor na Região Administrativa Especial desde 1997, ano da passagem da soberania.