"Foi decidido retirar as autorizações de exercer à Universidade Sehir", estipula o decreto assinado por Erdogan e publicado na noite de segunda para terça-feira.
Fundado em 2008, a Universidade Sehir tornou-se num estabelecimento privado frequentado pela nova elite conservadora.
Erdogan e Davutoglu tinham formalmente inaugurado das instalações em 2010, quando o primeiro era chefe do governo e o segundo ministro dos Negócios Estrangeiros.
Davutoglu tornou-se primeiro-ministro em 2014, quando Erdogan foi eleito Presidente. Em 2016, foi afastado sem contemplações na sequência de divergências com o chefe de Estado.
Na sequência das crescentes críticas a Erdogan e ao seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islamita, no poder desde 2003), Davutoglu fundou a sua própria formação, o Partido do Futuro (GP), com o objetivo de competir com o chefe de Estado.
Foi neste contexto que a Universidade Sehir se tornou num dos focos do conflito entre os dois ex-aliados.
Em dezembro, as atividades da Universidade Sehir foram temporariamente suspensas e transferidas para outro estabelecimento, uma decisão justificada oficialmente pelas suas dificuldades financeiras.
Em janeiro, a fundação que dirigia a universidade, e onde se incluía Davutoglu, foi apropriada pelo Estado e confiada a administradores designados pelo Governo.