Macron vai a Londres celebrar o 80.º aniversário do apelo de de Gaulle

O Presidente francês participa em Londres, na quinta-feira, nas comemorações do 80.º aniversário do apelo lançado pelo general Charles de Gaulle para continuar a luta contra a Alemanha nazi, numa viagem simbólica, a primeira desde o início da pandemia.

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Lusa
16/06/2020 17:33 ‧ 16/06/2020 por Lusa

Mundo

Emmanuel Macron

Emmanuel Macron deve enfatizar nesta visita a importância histórica das relações franco-britânicas, apesar do Brexit, evocando o apelo de 18 de junho de 1940, lançado pelo general francês Charles de Gaulle nas instalações da televisão britânica BBC.

Nessa altura, o general pediu às forças armadas, engenheiros e trabalhadores franceses que se juntassem a ele para continuar a luta contra a Alemanha nazi, apesar da vontade do governo do marechal Philippe Pétain em concluir um armistício.

"Aconteça o que acontecer, a chama da resistência não se deve extinguir, nem se vai extinguir", afirmou na conclusão do discurso.

Esta visita de Macron acontece quando Londres e Bruxelas planeiam intensificar as discussões para chegar a acordo sobre a relação pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia após o final do período de transição, que termina a 31 de dezembro e que o governo de Boris Johnson se recusou formalmente a prolongar.

A União Europeia e o Reino unido acordaram, na segunda-feira, em dar um "novo impulso" às negociações pós-Brexit, com Boris Johnson a considerar que é possível fixar em julho a possibilidade de um acordo.

Macron deve encontrar-se com Johnson e com o Príncipe Carlos, atravessando depois o Canal da Mancha para assistir à cerimónia tradicional no memorial do Mont-Valérien, perto de Paris, o principal local de execução de combatentes da resistência e reféns em França pelo Exército alemão, durante a II Guerra Mundial.

Após a guerra, o local foi escolhido para homenagear a memória dos mortos em França entre 1939 e 1945.

Esta viagem a Londres é a primeira do Presidente francês desde a que fez a Nápoles, a 27 de fevereiro. Desde então, Macron ficou em França por causa da crise do coronavírus, realizando todas as reuniões por videoconferência.

O chefe de Estado francês e a delegação vão escapar à quarentena imposta aos viajantes que entram no Reino Unido, de acordo com as isenções previstas pelo Governo britânico, segundo um porta-voz de Downing Street.

Macron vai atribuir a Legião de Honra à cidade de Londres, a sétima cidade a ser condecorara depois de Argel, Belgrado, Brazzaville, Liège, Luxemburgo e Volgogrado, essencialmente pelo papel desempenhado nas guerras mundiais.

Charles de Gaulle foi eleito, a 21 de dezembro de 1958, o primeiro presidente da Quinta República Francesa, reeleito depois em 1965, antes de deixar o poder em abril de 1969 após o fracasso de um referendo.

Figura histórica e de marco político, de Gaulle permanece na classe política de direita em França como um porto seguro, num momento em que a crise atual está a relançar as noções de soberania ou "gaullismo nacional".

A recente vandalização de um busto do general numa comuna francesa, com a cabeça coberta em tinta laranja fluorescente e o pedestal escrito com a palavra "esclavagista" -- ato que intervém num clima tenso em França marcado pelas manifestações contra o racismo e a brutalidade policial --, despertou a indignação de muitos políticos.

 

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