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Suspeito de assassínios em série nos anos 70 deve escapar à pena de morte

Um antigo polícia suspeito de ser responsável por homicídios e violações em massa no estado da Califórnia nos anos de 1970 e de 1980, deverá escapar à pena de morte, ao abrigo de um acordo judicial.

Suspeito de assassínios em série nos anos 70 deve escapar à pena de morte
Notícias ao Minuto

08:23 - 16/06/20 por Lusa

Mundo EUA

O acordo prevê que o homem, de 74 anos, se declare culpado, e seja condenado a prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional, avançou a agência de notícias Associated Press, citando um familiar de uma das vítimas e fonte próxima do processo.

Joseph DeAngelo terá sido responsável por pelo menos 12 homicídios e 45 violações em todo o estado nos anos 70 e 80.

DeAngelo só foi identificado em 2018, após 40 anos de investigação, através da análise de ADN, que relacionou o antigo polícia com alguns dos crimes cometidos por um assassino em série californiano, o chamado "assassino do estado dourado" ("Golden State Killer").

"Apoiamos totalmente a pena de morte e, no entanto, apoiamos totalmente esta decisão de deixar o 'assassino do estado dourado' confessar e pedir pena perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional", afirmou um familiar das vítimas, Ron Harrington. O irmão mais novo, Keith, e a cunhada, Patti, foram espancados até à morte, na sua casa em Orange County, em agosto de 1980.

"Passaram quase 40 anos e algumas das vítimas morreram, há questões fundamentais do ponto de vista probatório", explicou Harrington. "Há vítimas que agora morreram, como vão testemunhar?"

Os procuradores distritais de seis condados, que tinham procurado obter a pena de morte, emitiram uma declaração conjunta, apontando que os crimes tiveram início há mais de quatro décadas e envolveram dezenas de vítimas em 11 condados, ao longo de mais de uma década.

DeAngelo, que foi demitido da polícia de Auburn em 1979, só foi identificado quando, há mais de dois anos, os investigadores recolheram secretamente amostras de ADN.

Armado, o atacante mascarado dos anos 70 e 80 aterrorizou as comunidades, invadindo casas enquanto mulheres solteiras ou casais dormiam. Por vezes, amarrava o homem e empilhava pratos nas costas deste, violando depois a mulher, enquanto ameaçava matar os dois se os pratos caíssem.

"As vítimas de um crime têm direito a ver um fim nos processos penais, bem como à expectativa de que a pessoa que cometeu o crime seja punida", escreveram os procuradores, afirmando que "estão a trabalhar em estreita colaboração com as vítimas para assegurar que as suas declarações sejam consideradas pelo Tribunal antes da sentença".

Os procuradores disseram que "têm a responsabilidade moral e ética de considerar qualquer oferta da defesa, dado o enorme alcance do caso (e) a idade avançada de muitas das vítimas e testemunhas".

A leitura da sentença vai começar a partir de 29 de junho, num processo que poderá prolongar-se até meados de agosto - só a leitura das acusações deverá levar um dia -, já que cada sobrevivente ou membro da família das vítimas terá a oportunidade de confrontar DeAngelo pessoalmente, por vídeo ou por escrito.

Segundo a AP, há um consenso entre os sobreviventes em relação ao acordo judicial.

"Já morreram demasiadas vítimas e há muitas outras pessoas - não apenas o nosso caso - que queriam o encerramento", disse Harrington à AP. "Estamos a aproximar-nos do encerramento possível", acrescentou.

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