O INAMI recebeu 134 pedidos de licenças mineiras no primeiro trimestre deste ano contra 177 em igual período do último ano, referiu.

"Neste momento, em que estamos com a pandemia, a afluência ao nosso balcão é bastante fraca", disse Sênvano.

O impacto da pandemia da covid-19 pode estar a retrair os investidores, face à incerteza gerada pelo novo coronavírus, acrescentou.

Por outro lado, o facto de alguns serviços públicos envolvidos na tramitação de expedientes de emissão de licenças mineiras estarem suspensos, devido ao estado de emergência no país, também explica o baixo número de pedidos de licenças mineiras, adiantou o diretor-geral do INAMI.

Rui Sênvano sublinhou que os minérios mais procurados no país são o ouro, pedras preciosas e semipreciosas, materiais de construção e grafite.

O impacto da covid-19 também está a atrasar a adesão de Moçambique ao Processo de Kimberley, um mecanismo internacional de certificação de diamantes, criado para evitar a venda dos chamados "diamantes de sangue", ilegalmente extraídos para financiar conflitos armados.

"Com o coronavírus, [o processo de adesão] está meio parado, mas vai se avançar com a velocidade necessária", logo que as condições permitirem, referiu Adriano Sênvano.

A crise provocada pelo novo coronavírus também interrompeu um censo que as autoridades moçambicanas vinham realizando na mineração artesanal, para a identificação da extensão da exploração ilegal de minerais e seu impacto.

"Estamos preocupados com o contrabando na mineração de pequena escala e isso nos levou a iniciar um censo, para percebermos o fenómeno, mas tivemos de parar e está tudo dependente do evoluir desta pandemia", disse Adriano Sênvano.

Sênvano adiantou que o INAMI está no processo de digitalização do licenciamento mineiro, para assegurar maior transparência na concessão de licenças no setor.

O acesso ao arquivo digital do cadastro mineiro será limitado, referiu.

Moçambique vive em estado de emergência desde 01 de abril até finais de junho, devido à covid-19, após duas prorrogações.

O país conta com um cumulativo de 352 casos positivos da covid-19, com dois óbitos e 114 recuperados.

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