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George Floyd: Curta de Spike Lee. Três vidas, duas reais, e um destino

O realizador publicou um vídeo no qual juntou as imagens das detenções violentas de George Floyd, Eric Garner e a de Radio Raheem, uma personagem de um dos seus filmes. O desfecho nestes três casos foi o mesmo.

George Floyd: Curta de Spike Lee. Três vidas, duas reais, e um destino
Notícias ao Minuto

21:49 - 03/06/20 por Fábio Nunes

Cultura George Floyd

A morte de George Floyd na sequência de uma detenção na qual foi evidente o uso de força e brutalidade excessiva por parte de quatro agentes da polícia de Minneapolis é o episódio mais recente da violência policial nos Estados Unidos e de um racismo sistémico, que parece estar profundamente enraizado na sociedade norte-americana. 

George Floyd foi a vítima mais recente. Morreu depois de mais do que uma vez ter suplicado ao agente que pressionava o seu pescoço com o joelho. "Não consigo respirar. Não consigo respirar", repetiu com um voz cada vez mais enfraquecida. 

Seis anos antes, Eric Garner expressou as mesmas palavras. "Não consigo respirar", disse, quando um agente da polícia de Nova Iorque o estrangulava. 

Floyd e Garner morreram. E Spike Lee, famoso realizador norte-americano, reagiu à sua maneira. Juntou as imagens das detenções de George Floyd e Eric Garner, e acrescentou ainda um excerto de um dos seus filmes, 'Do the Right Thing', de 1989, que mostra uma das personagens, Radio Raheem, a ser estrangulado por um polícia. 

Três vidas com um destino em comum e que ficaram ligadas no poderoso vídeo com cerca de um minuto e meio intitulado '3 Brothers'. O vídeo começa com uma pergunta: "A história vai parar de repetir-se?". 

O filme 'Do the Right Thing' foi dedicado às famílias de Eleanor Bumpurs, Michael Griffith, Arthur Miller, Edmund Perry, Yvonne Smallwood e Michael Stewart, seis nova-iorquinos negros mortos, cinco dos quais por agentes da polícia. 

Spike Lee realça diversidade nos protestos

Em declarações à Associated Press, Spike Lee mostrou-se agradado pela diversidade que tem visto nos protestos pela morte de George Floyd. "Sinto-me muito encorajado pela diversidade dos manifestantes. Não via esta diversidade nos protestos desde que era criança", numa referência aos movimentos pelos direitos civis e contra a guerra no Vietname. 

"Sinto-me encorajado por ver as minhas irmãs brancas e os meus irmãos brancos" nos protestos, acrescentou o realizador. "As pessoas estão cansadas e estão a manifestar-se nas ruas. Essa é a esperança deste país, esta jovem e diversificada geração de americanos que não quer perpetuar a mesma merda na qual os seus pais, avós e bisavós foram apanhados. Essa é a minha esperança", ressalvou Spike Lee. 

Esta quarta-feira a procuradoria-geral do estado do Minnesota, que assumiu o caso de George Floyd este domingo, agravou uma das acusações a Derek Chauvin, o agente que pressionou o pescoço de Floyd e que já se encontra detido. Para além de estar acusado de homicídio involuntário, Chauvin está agora acusado de homicídio em segundo grau.

Os outros três polícias que estiveram envolvidos na detenção foram acusados de serem cúmplices na morte de George Floyd. 

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