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Sacerdote de Washington critica postura de Trump face aos protestos

A sacerdote episcopal de Washington denunciou hoje a violência policial na capital dos Estados Unidos, e criticou a decisão do Presidente de ordenar a dispersão dos manifestantes para que pudesse ser fotografado em frente à Igreja de São João.

Sacerdote de Washington critica postura de Trump face aos protestos
Notícias ao Minuto

22:59 - 02/06/20 por Lusa

Mundo EUA/Floyd:

"Foi traumático e profundamente ofensivo, no sentido de que algo sagrado foi desviado para uma postura política", denunciou na rádio NPR a sacerdote episcopal de Washington, Mariann Budde, citada pela agência France-Presse.

O Presidente do Estados Unidos, Donald Trump, foi fotografado em frente à igreja dos presidentes, perto da Casa Branca, com uma Bíblia na mão, minutos depois de vários manifestantes terem sido obrigado a afastarem-se da igreja pelas autoridades com recurso a gás lacrimogéneo.

Mariann Budde explicitou que o republicano Donald Trump, que tem o apoio de vários cristãos evangélicos, utilizou "o poder simbólico" da Bíblia e o "segurou na mão como se fosse a justificação para as suas posições e autoridade".

A sacerdote acrescentou que, no momento da dispersão dos manifestantes, o protesto estava "completamente pacífico" e "não havia justificação" para a utilização de força.

O Presidente dos Estados Unidos classificou na segunda-feira os protestos dos últimos dias como "terror interno", enquanto a polícia dispersava com gás lacrimogéneo os manifestantes concentrados em frente à Casa Branca, em Washington.

Os disparos das autoridades contra os manifestantes, que têm saído à rua um pouco por todo o país na sequência da morte do cidadão afro-americano George Floyd devido a uma ação policial, eram audíveis ao longo dos cerca de 16 minutos de discurso de Donald Trump, transmitido pela página da Casa Branca na rede social Twitter.

"Isto não são protestos pacíficos, isto são atos de terror doméstico, é a destruição de vidas inocentes. O derrame de sangue humano é uma ofensa contra a humanidade e um crime contra Deus", considerou o chefe de Estado norte-americano.

Depois da conferência de imprensa, o Presidente norte-americano caminhou até à Igreja Episcopal de São João, localizada perto da Casa Branca, e que ficou degradada na sequência de atos de vandalismo à margem os protestos contra o racismo da noite anterior.

A chegar à apelidada 'igreja dos presidentes', onde deflagrou um incêndio na noite de domingo, Trump agarrou numa Bíblia e disse que os Estados Unidos são "um ótimo país".

George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.

Pelo menos quatro mil pessoas foram detidas e o recolher obrigatório foi imposto em várias cidades, incluindo Washington e Nova Iorque, mas diversos comentários do Presidente norte-americano, Donald Trump, contra os manifestantes têm intensificado os protestos.

Os quatro polícias envolvidos no incidente foram despedidos, e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi detido, acusado de assassínio em terceiro grau e de homicídio involuntário.

A morte de Floyd ocorreu durante a sua detenção por suspeita de ter usado uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) numa loja.

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