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Governo do Nicarágua garante aos EUA que "não se vende, nem se rende"

O Governo da Nicarágua disse hoje que não se vende, nem se rende, após os Estados Unidos terem aplicado sanções contra dois altos funcionários daquele país pela colaboração em ações contra manifestantes opositores ao regime do Presidente Daniel Ortega.

Governo do Nicarágua garante aos EUA que "não se vende, nem se rende"
Notícias ao Minuto

23:11 - 22/05/20 por Lusa

Mundo Nicarágua

"Não nos vendemos, nem nos rendemos, esta é a frase que nos distingue", disse hoje Rosario Murillo, a mulher do Presidente da Nicarágua e vice-presidente do país, no seu discurso do meio-dia, citada pela agência EFE, horas depois de terem sido divulgadas as sanções por parte dos Estados Unidos.

As medidas visam o general Julio Cesar Aviles Castillo, comandante do exército da Nicarágua, e o ministro das Finanças, Ivan Acosta, de acordo com um comunicado do Departamento de Estado norte-americano.

Os dois altos funcionários ficam com todos os seus bens e interesses que possuam nos Estados Unidos bloqueados.

Isto significa que não poderão fazer transações financeiras com cidadãos norte-americanos, ou que implique alguma transação através daquele país, o que irá resultar em dificuldades de acesso ao sistema financeiro internacional.

Rosario Murillo, que tal como o seu marido é confrontada há dois anos com uma aparente oposição da maioria de cidadãos da Nicarágua, falou em unidade.

"Unimo-nos a cada desafio, cada vez mais", afirmou.

Já o diretor executivo do partido da oposição, a Aliança Cívica pela Justiça e Democracia, Juan Sebastián Chamorro, sublinhou que as sanções a Aviles e Acosta foram "autoimpostas" por se recusarem a cumprir a Constituição do Nicarágua e por apoiarem atos ilícitos, apesar das advertências dos dissidentes.

Aviles Castillo é visado por ter recusado "ordenar o desarmamento e desmantelamento de forças paramilitares durante e depois das manifestações políticas que tiveram início em 18 de abril de 2018", segundo o comunicado das autoridades norte-americanas.

Em abril de 2018, os estudantes saíram às ruas depois de idosos terem protestado contra as mudanças no sistema de segurança social, tendo sido alvo de violência por parte da polícia e forças paramilitares afetas ao Governo da Nicarágua.

Os protestos prosseguiram durante meses e mais de 300 pessoas foram mortas nos confrontos, com parte da violência a ser atribuída a homens mascarados e armados com espingardas, mas sem uniforme.

Essas forças paramilitares lideraram ataques contra manifestantes e detiveram opositores ao Governo, entregando-os à polícia.

Acosta é visado pelas sanções por ter organizado ações de apoio financeiro ao executivo de Daniel Ortega, sendo igualmente acusado de "ameaçar pessoalmente os bancos para não participarem numa greve organizada pelos líderes da oposição, em março de 2019".

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