Israel: Gantz, novo presidente do parlamento, apela a "governo de união"
Benny Gantz, o rival do primeiro-ministro israelita em funções, Benjamin Netanyahu, foi eleito hoje presidente do parlamento de Israel e apelou a um "governo de união e de emergência".
© Reuters
Mundo Israel
Numa inesperada reviravolta, o antigo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas tinha-se candidatado ao cargo de presidente do Knesset, no quadro de um potencial acordo de partilha do poder com o seu rival para acabar com a pior crise política da história de Israel, e foi eleito.
O antigo general foi eleito com 74 votos a favor e 18 contra, tendo obtido os votos dos deputados do Likud (direita) de Netanyahu, mas perdido apoios na sua coligação centrista Azul e Branco, dos que não quiseram caucionar a aproximação ao primeiro-ministro.
Imediatamente a seguir à eleição, Gantz apelou a um "governo de união e de emergência" para gerir a crise do novo coronavírus.
Há muito que Gantz disputava a Netanyahu o cargo de primeiro-ministro. No passado dia 16, o presidente israelita, Reuven Rivlin, encarregou-o de formar governo, após as terceiras legislativas em menos de um ano.
O Likud obteve um melhor resultado, mas Netanyahu não conseguiu uma maioria. Gantz obteve o apoio de um maior número de deputados e ficou com aquela tarefa. O país é dirigido por executivos transitórios há mais de 15 meses.
O objetivo da manobra de hoje é "formar um governo com Netanyahu", disse à agência France Presse um elemento da coligação Azul e Branco.
"A democracia venceu", declarou Gantz no seu primeiro discurso como presidente do Knesset, adiantando ter dado o impopular passo para lidar com a emergência nacional.
Gantz assinalou que "estes não são dias normais e exigem decisões diferentes", indicando que pretende assim "analisar e avançar no sentido de um governo nacional de emergência".
"Não vamos comprometer os princípios pelos quais votaram mais de um milhão de cidadãos. Netanyahu sabe isso muito bem", disse ainda.
O Azul e Branco está à beira da implosão. Pouco depois do anúncio de Gantz, os dirigentes da coligação Yair Lapid e Moshe Yaalon indicaram poder abandoná-la.
Já os aliados de Netanyahu saudaram a decisão do antigo general.
"Felicito Benny Gantz pela sua corajosa decisão de integrar um governo de união conduzido por Benjamin Netanyahu. Trata-se da boa decisão a tomar por Israel neste período de emergência" sanitária, comentou o ministro da Defesa, Naftali Bennett.
Israel combate a epidemia do novo coronavírus, da qual uma das consequências foi o adiamento do julgamento de Netanyahu por suborno, fraude e abuso de confiança em três casos de corrupção.
Até ao momento, Israel conta com mais de 2.660 casos de infeção, incluindo oito mortos.
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