Zia "foi posta em liberdade por volta das 04:00 da tarde de hoje após completar todos os trâmites legais", indicou o diretor da Prisão Central de Daca, Iqbal Kabir.
A líder saiu do hospital do centro penitenciário, onde estava a ser assistida por problemas de saúde, na sequência de uma decisão do Governo que suspendeu a sua sentença de 17 anos de prisão por um período de seis meses.
Após sair da prisão, Zia juntou-se a membros da sua família num automóvel enquanto era saudada por ativistas da sua formação, o Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP).
A libertação de Zia, 74 anos, foi anunciada na terça-feira sob a condição de continuar a receber tratamento na sua residência e não abandonar o país.
A dirigente da oposição foi casada com o general Ziaur Rahman, presidente do país entre 1977 e 1981, quando foi assassinado. Foi ainda a primeira mulher da história do país e a segunda do mundo muçulmano, após a paquistanesa Benazir Bhutto, a dirigir um governo.
As autoridades referiram que tomaram a decisão devido à sua avançada idade e após um apelo da família, apesar de terem rejeitado o pedido para receber tratamento em Londres.
As acusações dirigidas à ex-líder do país remontam aos períodos em que exerceu o cargo de primeira-ministra (1991-1996 e 2001-2006), e a pena de prisão resultou de diversas condenações sucessivas.
No final de 2018 o Tribunal superior do Bangladesh duplicou de cinco para dez anos a sua sentença de prisão efetiva, aumentando a condenação imposta em fevereiro desse ano por um caso de corrupção por alegado desvio de 200.000 dólares (185.000 euros) para um orfanato.
Pouco depois, ainda em 2018, a ex-primeira-ministra foi condenada a mais sete anos de prisão num outro caso de corrupção, por supostas irregularidades na recolha de fundos para a organização de caridade Zia Charitable Trust.
Os seus apoiantes consideram que estas casos judiciais têm motivações políticas e forma orquestrados pelo Governo de Sheikh Hasina, a atual primeira-ministra.