A suspensão do tráfego de passageiros por via aérea ou marítima de Marrocos para ou de Espanha e França, os seus primeiros parceiros comerciais, mas também para a vizinha Argélia foi anunciada por sucessivos comunicados divulgados pela agência marroquina MAP.
Segundo as autoridades de Madrid, as fronteiras terrestres com Ceuta e Melilla, dois enclaves localizados no norte de Marrocos que apresentam as únicas fronteiras terrestres entre a África e a União Europeia, fecharam hoje a partir das 06:00 locais (05:00 em Lisboa).
No entanto, as fronteiras com os enclaves serão reabertas ainda hoje, apenas aos espanhóis, para permitir que regressem a casa, explicou a embaixada de Espanha em Marrocos na conta da rede social Twitter.
Também o acesso a todos os portos marroquinos no Mediterrâneo e no Atlântico está "temporariamente fechado a todos os navios de recreio, de cruzeiro e de passageiros", de acordo com uma nota interna da Marinha mercante reproduzida pelos meios de comunicação social marroquinos.
Apenas os navios "que transportam exclusivamente veículos rodoviários com os seus condutores" permanecem autorizados, de acordo com a nota.
Os comunicados oficiais divulgados pela agência marroquina MAP indicam que as medidas preventivas foram decididas, após consulta com o rei de Marrocos, Mohammed VI, com o rei de Espanha, Felipe VI e com o Presidente francês, Emmanuel Macron.
No que diz respeito à Argélia, a decisão foi previamente notificada às autoridades argelinas, explica um dos comunicados.
Espanha é um dos países europeus mais afetados pela pandemia, com mais de 3.000 casos identificados e pelo menos 84 mortes, enquanto em França o Covid-19 matou 61 pessoas e contaminou quase 3.000.
A Argélia registou as suas duas primeiras mortes na quinta-feira, com 26 casos confirmados e Marrocos detetou sete casos pelas autoridades de saúde, incluindo uma morte.
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.900 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 131 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.
A China registou nas últimas 24 horas oito novos casos de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em janeiro.
Até à meia-noite de quinta-feira (16:00 horas de quarta-feira, em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu para 3.176, após terem sido contabilizadas mais sete vítimas fatais. No total, o país soma 80.813 infetados. A Comissão Nacional de Saúde informou que até à data 64.111 pessoas receberam alta após terem superado a doença.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 15.000 infetados e pelo menos 1.016 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.